A Avó de todos os debates sobre Alojamento Local


Não, não é a Mãe. É mesmo a Avó, mas avozinha com garra, genica e ‘potencial’, como agora se diz. Esta Avó são os números do Recenseamentos da Habitação de 2011. Enquadram todo o debate sobre Alojamento Local.

O gráfico 1 ilustra as tês utilizações dos Alojamentos Familiares Clássicos (exclui barracas & similares) existentes em Portugal: Residência Principal, Uso Sazonal e Vagos. As noções são intuitivas, mas importa esclarecer

-a Residência Principal (3.929 milhares) pode ser em Alojamento arrendado ou de propriedade de quem lá vive,

-Alojamentos de Uso Sazonal (1.099 milhares) e Vagos (704 milhares) exigem que o proprietário tenha Residência Principal em Portugal, na mesma região ou não, ou no estrangeiro.

Gráfico 1 – Utilização dos Alojamentos Familiares Clássicos em 2011


Fonte: Elaboração própria com base em INE, Recenseamento da Habitação

Quando uma família é proprietária de um Alojamento de uso Sazonal ou Vago, está interessada na sua utilização ou arrendamento residencial ou turístico. O interesse concretiza-se quando há procura.

Em Portugal,

-esta família muito raramente escolhe entre uso residencial ou turístico por faltar confiança no investir para arrendamento residencial.

-na esmagadora maioria dos casos, só a possibilidade de arrendar a turistas explica o investimento privado em reabilitação destes Alojamentos,

-destruir procura por arrendamento de curta duração a turistas para aumentar a oferta para arrendamento residencial é prova de ignorância, que até pode ser compreensível, ou de má fé por quem quer, de fato, minimizar o turismo.

Em 2011 (INE), há em Portugal Continental, um milhão de alojamentos de uso Sazonal (1.099 milhares ou 19%) e 704 mil Vagos (12%). O argumento de haver Alojamentos disponíveis para ‘alojar todos os que de alojamento carecem’ ignora a divergência geográfica entre procura e oferta e, sobretudo, a desconfiança pelo arrendamento residencial.

A criação de valor a partir destes 1.8 milhões de Alojamentos passa por outras vias. Ver posts a seguir.


A Bem da Nação

Lisboa 18 de Setembro de 2018

Sérgio Palma Brito


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