O presente
post é uma espécie de teaser à série
de três posts sobre ‘Balança
de Pagamentos – o admirável crescimento da receita de viagens e turismo’, que
publicaremos a 13 de Maio.
A versão
PDF do presente post está disponível aqui.
*Hóspedes, dormidas e receita
viagens/turismo – quota da Europa
É
consensual que os residentes na Europa formam o essencial da procura pela
oferta de turismo de Portugal. Reconhecido isto,
-interrogamo-nos
sobre a evolução da quota da Europa no total da procura pelo turismo em
Portugal, e
-numa
primeira e muito rudimentar observação, consideramos a quota da Europa no total
de hospedes e dormidas da industria da hotelaria e no total de receita de
viagens e turismo.
O gráfico
mostra que, independentemente de variações anteriores a 2008, a crise de
2008/2009 parece estar na origem de um padrão comum na evolução dos três
indicadores:
-a partir
de 2009, a Europa perde quota nos três indicadores: hóspedes, dormidas e
receita de viagens e turismo.
Quota
da Europa em hóspedes, dormidas e receita de viagens e turismo
(percentagem)
Fonte: Elaboração própria com base em INE –
Estatísticas de Turismo e Banco de Portugal – BPStat
O gráfico
mostra ainda que
-a quota
das dormidas é superior à dos hóspedes e diminui menos do que esta, o que
indicia estadias mais longas pelos residentes na Europa.
*Nota sobre a receita de viagens e
turismo
Já dispomos
do valor de 2014 na quota na receita de viagens e turismo e inverte a tendência
(79,3%). Este indicador integra também a despesa de hóspedes no alojamento não
classificado. Sabemos que
-a procura
de emigrantes dirige-se muito para residência secundária por conta própria e
alojamento gratuito por familiares e amigos,
-a de
estrangeiros não residentes ocupa muita residência secundária por conta própria
ou arrendada no vacation rental market,
que a politica de turismo insiste em ignorar.
Quando
dispusermos dos números de hóspedes e dormidas (pelas Estatísticas de Turismo
que o INE divulga pelo Verão), veremos se a tendência da evolução destas quotas
também muda.
*Que fazer?
As
tendências registadas não podem ser ignoradas pela política de turismo, que
deve intervir de maneira profissional e em ligação com o ‘produto’ e
‘distribuição’.
Sobre esta
desejada intervenção, levantamos algumas questões:
-não cair
numa de ‘a Europa acabou’, mas sim interrogar-nos sobre a que mercados
emissores e onde nesses mercados nos devemos focar,
-no ‘fora
da Europa’, preferir os valores seguros onde Portugal tem market awareness real e positivo (EUA, por exemplo),
-não ver
tudo pela óptica da hotelaria (casos de Angola e China, com turismo
residencial),
-no caso da
China, trabalhar com a distribuição e nada fazer sem a distribuição, utilizar
ligações aéreas existentes (que tal a Finnair?) e não esperar pela ligação
directa com a TAP, excelente quando e se acontecer.
A Bem da
Nação
Lisboa 10
de Abril de 2015
Sérgio
Palma Brito
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