1.A Comissão Técnica Independente comete erro grave ao
excluir o Modelo Dual de um aeroporto
‘Modelo dual’ é a operação na mesma de um aeroporto
principal e de outro secundário.
1.1.Um primeiro slide retoma o Problema de decisão
1.2.A CTI considera o Modelo Dual ineficiente
1.3.E o modelo Dual não é recomendável
1.4.Nas Conclusões Gerais do Relatório da Fase l (p.78).
Temos
-“Pode ainda concluir-se que as opções duais não são
recomendáveis pelas seguintes razões:
Significam partição de
tráfego, diminuindo o potencial hub;
Não evitam um tempo de
espera até à construção da nova infraestrutura
aeroportuária;
Não garantem capacidade
no horizonte de 50 anos, requerendo a construção de um
terceiro aeroporto;
Não são mais económicas
em termos de investimento e operação/manutenção;
Tendem a aumentar o congestionamento do Sistema de
tráfego aéreo.” (p.78).
1.5.Mais argumentos no Planeamento e Desenvolvimento
Aeroportuário no Relatório da Fase I
II. Implicações do
aeroporto Dual
Da revisão de
literatura e de casos práticos foi possível concluir que o
conceito de dual implica duas infraestruturas fisicamente separadas, mas que
funcionam com uma gestão articulada.
Um modelo dual pode ser
operacionalizado em diferentes formas, baseado em opções
greenfield (nova infraestrutura) ou brownfield (aproveitamento de
infraestruturas
existentes).
Foram avaliadas as
vantagens e inconvenientes das opções duais, e concluiu-se que este modelo é
gerador de diversas ineficiências, segundo diferentes perspetivas:
a) Da gestão da infraestrutura,
pela duplicação de serviços e equipamentos,
impossibilitando
economias de escala;
b) Das companhias aéreas
que, mesmo não dividindo a sua operação, ficam limitadas na interação entre
companhias, tanto da mesma aliança, como de alianças diferentes;
c) Dos utilizadores
individuais, pois dificulta, senão mesmo impossibilita, o transfer entre voos
que estejam em diferentes infraestruturas, por exemplo transitar de um voo
ponto-a-ponto, para um voo em hub.
2.Afinal, qual é o problema?
2.0.A CTI
ignora a segmentação do tráfego em Lisboa e outras cidades da Europa:
-tráfego
intraeuropeu ponto a ponto de companhias low cost e
-tráfego de
hub da companhia nacional mais o de outras companhias full service.
O problema é
que este erro de base elimina a exclusão do modelo dual pela CTI.
O problema é
os cientistas da Universidade ignorarem a realidade sobre a qual se pronunciam.
Citamos o
Estudo ANAC/Roland Berger de 2016 que a CTI é suposta ter lido.
2.1.Há
diversas cidades europeias onde coexistem duas ou mais infraestruturas
aeroportuárias
2.2.Os aeroportos secundários tendem a ser impulsionadores de crescimento de tráfego – LCC como principal motor
2.4.Last but not the least – investimento da ANA SA em
Portela + Montijo
Em janeiro de
2019, Estado e ANA SA acordam investimento de €1.300 milhões no aeroporto dual
Portela + Montijo, previsto para 50 milhões de passageiros em 2050, sem recurso
a fundos públicos e com acesso fácil pelo Tejo e acesso dedicado à Ponte Vasco
da Gama.
A CTI ignora
o compromisso da Vinci em aeroporto Dual.
3.Conclusão
A CTI ignora
a realidade.
A CTI toma
decisão estruturante com base nesta ignorância.
Que
consequências tem este desastre para a validade da Avaliação Ambiental
Estratégica?
E para
Montijo, aeroporto de transição?
Lisboa 22
setembro de 2023
Sérgio Palma
Brito
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