Este post é
sobre situar o número de passageiros no Aeroporto de Lisboa, Porto e Faro em
2017 na evolução entre 2002/17. Apenas consideramos a Variação Anual do número
de passageiros e da taxa de crescimento. A ANA limitou ainda mais a divulgação
de dados e está no seu direito. O erro reside em Turismo de Portugal e ANAC não
divulgarem rapidamente os números que têm a obrigação de divulgar – voltaremos ao
assunto no início de Junho próximo.
Três notas sobre
os profetas da desgraça:
-a procura
pela oferta de turismo em Portugal é resiliente, mas quando há uma crise também
a sente e isto é claro nos anos de 2008/10, segundo os casos – nada exclui uma
próxima crise e cá estaremos,
-a procura
não está imune a variações estruturais negativas, como a que tem lugar a partir
dos anos cinquenta do século XX, quando a procura por estadias balneares nos
mares do Norte se desloca para o Mediterrâneo, graças ao modelo de negócio do package holiday que democratiza o transporte
aéreo para as Áreas Turísticas que então se formam – é o caso do Algarve,
-a procura
também ganha com variações estruturais positivas, como a que tem lugar com o
Mercado Único do Transporte Aéreo em 1993, que democratiza o transporte aéreo
entre cidades da Europa – é o caso de Lisboa e Porto.
Limitamo-nos apenas a sublinhar o que
tem a ver com o tema do post. No aeroporto de Lisboa:
-o crescimento em 2017 é excecional em
relação ao patamar iniciado em 2014 (com grande influência da Ryanair), que
marca salto qualitativo em relação ao patamar anterior – em 2017, a variação é
idêntica à da Receita de Viagens e Turismo,
-o crescimento no futuro próximo
parece mais condicionado pela limitação do aeroporto do que pelo mercado.
No aeroporto do Porto,
-recordamos a miséria do crescimento
em 2002 e 2003, antes das companhias low cost,
-em 2015 e um ano depois de Lisboa (o
efeito Ryanair começa antes no Porto), começa um ciclo de crescimento
sustentado e acelerado (a variação anual cresce em cada ano, ou a segunda
derivada é positiva).
No aeroporto de Faro,
-recordamos a miséria do crescimento
do tráfego no início da década, quando apenas voa para Faro uma pacata
companhia Low Cost, a GO Airways da British Airways, depois consolidada pela
Easyjet,
-o ano atípico de 2016 acontece depois
de anos de relativa estagnação que parece terem sido esquecidos, e em 2017 o
número de passageiros diminui.
No caso de Porto e Faro, não nos
pronunciamos sobre o futuro.
Gráfico 1 – Passageiros do aeroporto
Lisboa - variação anual (milhões)
Fonte
– Elaboração própria com base em Banco de Portugal, Balança de Pagamentos
Gráfico
2 – Passageiros do aeroporto Porto - variação anual (milhões)
Fonte – Elaboração própria com base em Banco de Portugal,
Balança de Pagamentos
Gráfico
3 – Passageiros do aeroporto Faro - variação anual (milhões)
Fonte – Elaboração própria com base em Banco de Portugal,
Balança de Pagamentos
2.Variação da taxa de crescimento
As variações da
taxa de crescimento anual dão outra perspetiva da realidade que descrevemos
antes.
Gráfico
4 – Passageiros aeroporto Lisboa - variação anual em percentagem
Fonte – Elaboração própria com base em Banco de Portugal,
Balança de Pagamentos
Gráfico
5 – Passageiros aeroporto Porto - variação anual em percentagem
Fonte – Elaboração própria com base em Banco de Portugal,
Balança de Pagamentos
Gráfico
6 – Passageiros aeroporto Faro - variação anual em percentagem
Fonte – Elaboração própria com base em Banco de Portugal,
Balança de Pagamentos
A Bem da
Nação
Lisboa 30 de Abril de 2018
Sérgio Palma
Brito
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