Manutenção Brasil salva TAP da falência e direito a saber mais

*Abril 2016 - Diogo Lacerda Machado na Assembleia da Republica

Diogo Lacerda Machado tem vaipes do tipo antecipar que

-a HNA "pode trazer capacidade financeira acrescida e pode fazer de Lisboa um ‘hub’ alternativo a Heathrow [Londres] ou Schiphol [Amesterdão] ", (1).

Tomadas as devidas precauções sobre excessos deste tipo, as declarações de DLM dão informação fundamental sobre o negócio TAP Brasil.

Segundo o Jornal de Negócio de 27 Abril 2016, «o "investimento que a TAP fez a comprar a Varig alavancou o melhor da história da TAP dos últimos anos" com a operação no Brasil. A penetração nesse mercado só foi possível porque a transportadora "se envolveu na tentativa de salvar a Varig" e porque "passou a ter uma posição e um reconhecimento absolutamente distintos do que tinha até então".» (2).

*O post de 10 Abril 2016

Demos destaque a estas declarações no post ‘TAP, Manutenção Brasil e direitos de tráfego – a explicação do negócio?’ (3).

Este post é publicado poucos dias antes, o contexto e vale a pena ser lido. Citamos o Correio da Manhã de hoje (10 Fevereiro 2016) no qual DLM afirma: 

-“a estratégia que em 2005 levou a TAP a investir na VEM foi decisiva para permitir à TAP posicionar-se como a maior companhia aérea estrangeira no Brasil”.

E concluímos que “Estas palavras e actualidade da TAP já justificam publicar este post.”.

*“a TAP evitou ser mais um a cair no “cemitério de projectos bancários e industriais portugueses”

No congresso da APAVT em Macau, Diogo Lacerda Machado é entrevistado pelo presidente da APAVT, a associação empresarial cujos associados mais negócio fazem com a TAP. Segundo o Publico, DLM declara [o sublinhado é nosso]:

-“a compra da VEM foi “a decisão mais estratégica tomada por Fernando Pinto” no tempo em que esteve sozinho ao leme da empresa. Não houve, garante, ganhos financeiros para a Geocapital, e só a compra da empresa de manutenção — a segunda do hemisfério sul, sublinhou —, ligada a uma tentativa de salvar a Varig, é que permitiu à TAP expandir-se depois para o Brasil (com novas rotas) como se expandiu.

Ao contar com o apoio do Governo brasileiro, num mercado “hostil para estrangeiros”, a TAP evitou ser mais um a cair no “cemitério de projectos bancários e industriais portugueses(4).

Esta informação é importante porque confirma o que realmente foi o investimento na Manutenção Brasil. Falta referir o papel que o presidente Lula e primeiro-ministro José Sócrates têm na decisão politica que assenta nesta decisão empresarial – ver parte da explicação no referido post.

*O vaipe de Diogo Lacerda Machado

Depois, dá um vaipe a Diogo Lacerda Machado. Citamos o Publico:

-“No acerto de contas que fez perante centenas de profissionais que estavam na plateia, ontem de manhã em Macau, Lacerda Machado deu dois números: a TAP aplicou 450 milhões na VEM e arrecadou 13 mil milhões em proveitos por via do Brasil. Mensagem passada através do palco, num dia em que Diogo Lacerda Machado tomou a iniciativa de não ser discreto.”.

Comparar €450milhões de resultado liquido negativo acumulado com €13 mil milhões em proveitos não faz sentido.

Corrigimos o erro e passamos adiante! Manutenção Brasil salva TAP da falência e nós temos direito a saber mais, isto é saber tudo porque o negócio da TAP tem de ser transparente. Mesmo mais de dez anos depois.


A Bem da Nação

Lisboa 26 Novembro 2017

Sérgio Palma Brito


Notas

(1)2016.04.27 Jornal de Negócios Chineses da HNA podem fazer Lisboa concorrer com Heathrow ou Schiphol

(2)2016.04.27 Jornal de Negócios VEM foi vendida à TAP a um preço “escandalosamente baixo”



(4)2017.11.26 Publico O que diz Lacerda Machado sobre amizade com António Costa, a China e a TAP

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