Informação em 16 de Agosto de 2012:
-este post vai ser actualizado com os números de 2011 e será incluída nota sobre a importância de receitas da TAP na Balança de Pagamentos.
→Sobre as Duas Definições de Turismo
Vimos em post anterior (Peso do Turismo no PIB) a diferença entre duas definições da
Economia do Turismo:
-
a redutora, da Política e
Serviços de Turismo, ambos capturados pelo Modelo de Negócio da Estadia
Temporária em Hospedagem Onerosa, em «estabelecimento hoteleiro»
-
a que o INE e o Banco de
Portugal utilizam para efeito das Estatísticas di Turismo, assente no País de
Residência do Visitante e integrando o Alojamento Turístico Privado
-
definem a Oferta de Turismo
segundo uma definição restrita e inadequada à realidade da Economia do País,
-
precisam de utilizar o
argumento de “o peso do Turismo no PIB” para justificar as suas posições,
recorrem a números da definição utilizada pelo INE e Banco de Portugal … sobre
a realidade que recusam reconhecer.
→A Metodologia da Balança de Pagamentos e os Números
O Banco de Portugal elabora a Balança de Pagamentos segundo as regras fixadas pelo FMI (1).
O Quadro seguinte mostra a evolução, entre 2001 e 2010, de
-
Débito e Crédito de Viagens e
Turismo, na Balança de Pagamentos,
-
Proveitos Totais do Alojamento
Turístico Classificado.
-
afirmar “o peso do Turismo”,
criando a possibilidade das “pessoas” ligarem este peso ao Alojamento Turístico
Classificado – é a posição da Politica e Serviços de Turismo,
-
informar as “pessoas” sobre a
diferença estrutural entre as duas definições e as consequências a tirar – é a
nossa.
-
o valor do Débito de Viagens e
Turismo resulta das viagens de Residentes em Portugal ao estrangeiro e é
significativamente superior ao Proveito Total do Alojamento Turístico
Classificado.
Balança de Pagamentos e
Proveitos do Alojamento Turístico Classificado
Fonte: Elaboração Própria com
base em INE – Estatísticas do Turismo; Banco de Portugal – Balança de
Pagamentos (2)
→Alojamento Turístico
Classificado e Balança de Pagamentos
Queremos ter uma ideia sobre a
resposta à pergunta:-
qual a parte do Crédito de
Viagens e Turismo, na Balança de Pagamentos, que resulta das despesas dos
Hóspedes alojados em estabelecimentos de Alojamento Turístico Classificado, e
feitas no estabelecimento ou fora dele?
-
partimos dos 1,8 mil milhões
de euros de Proveitos Totais dos estabelecimentos do Alojamento Turístico
Classificado (3),
-
deduzimos a parte os Proveitos
gerada pela procura por Residentes em Portugal, em Alojamento, Alimentação e
Bebidas, Aluguer de salas e outros,
-
ficamos com uma ideia da parte
do Crédito de Viagens e Turismo, na Balança de Pagamentos, que resulta das
despesas dos Hóspedes alojados em estabelecimentos de Alojamento Turístico
Classificado, e feitas no estabelecimento,
-
adicionamos a nossa ideia da
parte do Crédito de Viagens e Turismo na Balança de Pagamentos, que resulta de
todas as despesas de Hóspedes Não Residentes, alojados em estabelecimento do
Alojamento Turístico Classificado, mas feitas fora do estabelecimento.
→Alojamento Turístico Não
Classificado e Balança de Pagamentos
Agora, queremos ter uma ideia
sobre a resposta à pergunta:-
qual a parte do Crédito de
Viagens e Turismo, na Balança de Pagamentos, que resulta das despesas dos
Hóspedes alojados em estabelecimentos de Alojamento Turístico Não Classificado,
e feitas no estabelecimento ou fora dele?
-
partimos dos 7.6 mil milhões
de euros de Crédito de Viagens e Turismo na Balança de Pagamentos de 2010,
-
subtraímos os 2,8 mil milhões
de euros do item anterior,
-
a diferença de 4.8 mil milhões
de euros é a resposta à pergunta.
→Politica de Turismo e o Tirar
as Consequências
Em 2011/2012, a Politica de
Turismo não pode-
manter a tradicional visão
redutora de Turismo, inadequada à realidade da Economia de Turismo do País,
-
continuar a ignorar toda a
actividade social e económica que gera mais de 4 (quatro) mil milhões de euros
na Balança de Pagamentos.
-
pela Procura da Diáspora
portuguesa, em toda a sua diversidade,
-
pelo investimento directo de
famílias no Alojamento Turístico Privado, ultrapassando a barreira psicológica
(e de interesses legítimos) que denigre a «Imobiliária» e as «Camas Paralelas»,
-
pelo integrar na Politica de
Turismo a imigração dos Reformados do Tempo Livre – voltaremos ao assunto.
Algarve, 13 de Dezembro de
2012
Sérgio Palma Brito
(1)IMF – Balance of Payements and International Investment Position
Manual, 2009 (Ver Travel, em BPM6, pontos 10.86 a 10. 100); o INE publica os “dados relativos à Balança
Turística Portuguesa, disponibilizados pelo Banco de Portugal”, ver próximo
post.
(2)Os “estabelecimentos
hoteleiros” da legenda do Quadro são, de facto, o Alojamento Turístico
Classificado, sem os Parques de Campismo
(3)INE – Estatísticas de
Turismo, 2010
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