- a acessibilidade internacional ao Algarve começa por depender do posicionamento da marca e da oferta da área turística nos mecanismo de informação / sedução / distribuição on line – estamos muito longe disso e, cada dia, aumentamos o atraso;
- estamos a insistir num erro comprovado (o velho conceito de Promoção Turística), a iniciar outro (o Estado a intervir na Distribuição);
- o mínimo exigível não está a ser feito – basta medir o atraso dos timmings das acções de Promoção Turística nas catchment areas dos aeroportos de partida das rotas apoiadas, em relação aos dos voos;
- a recuperação do mercado de língua alemã e a renovação de gerações da procura no mercado do Reino Unido (apenas dois exemplos) exigem programas trienais de Marketing Estratégico e Operacional e não o repetir da esgotada Promoção Turística;
- não há notícias de Governo e Confederação do Turismo Português, minimizarem a informalidade das relações entre “os grandes grupos” e o Estado, pela urgente recuperação da agora desacreditada Contratualização, a nível central, entre o Governo e a CTP;
- assim sendo, não pode haver boas notícias da operacionalização, a nível dos destinos regionais (de que o Algarve é exemplo atípico), extinguindo os Pólos, reconvertendo dramaticamente as Entidades Regionais, a fundir com as Agências Regionais de Promoção Turística, de modo a reforçar marcas já presentes no mercado.
Transporte Aéreo e Acessibilidade Internacional
à
Oferta de Turismo do Algarve
A proposta dos agentes da economia do turismo
O Diário Económico [2011.07.15] informa que “Os maiores grupos hoteleiros do País” propõem ao Governo apoio financeiro para “levar as companhias aéreas de bandeira, de volta a Faro, como Tap, Ibéria, British Airways, Air France e Lufthansa”. Na prática, trata-se de ligar o Aeroporto de Faro aos hubs europeus destas companhias, para atrair residentes na Europa e em outros Continentes.
A “proposta tem de ser maturada” e ainda não há a “noção de quanto se terá de investir para levar as grandes companhias a Faro”.
O destaque da notícia e o editorial do DE remetem-nos para duas realidades pouco gloriosas. Por um lado, o velho principio de “com governo novo, deixa abanar a ver se cai”. Por outro, em plena silly season, é fácil a imprensa destacar uma “proposta [que] tem de ser maturada e perceber quais os recursos que a ela se têm de alocar”.
Com Manuel Pinho e euros nos cofres, esta informalidade era possível, teríamos festa e até uma cena tipo prós e prós, na “mina de sal de Loulé”.
A formalização da proposta, no quadro da Concertação Estratégica entre Governo e Confederação do Turismo Português
Por mais pragmáticos que queiramos ser, este é um teste à nossa capacidade de formalizar uma genuína Concertação Estratégica entre o Governo e a Confederação do Turismo Português. No seu âmbito e a nível regional, terá lugar a colaboração entre a representação formal dos agentes privados e o Governo/Administração.
Importa insistir em algo de esquecido: a Informalidade é a primeira Barreira à Produtividade e as boas práticas obrigam-nos a que a minimizemos. Seria desastroso que o número de telemóvel do Álvaro substituísse o de Manuel Pinho, para ultrapassar estrangulamentos ou organizar acções concretas e justificadas pelo pragmatismo.
Neste caso, a natureza dos parceiros estrangeiros implica um alto grau de formalização e de rigor no plano de negócios. Os poucos e emprestados euros que estão nos cofres do País não permitem derramar euros sobre problemas, como em 2008/2009. O apoio público tem de ser justificado e avaliado, em rigor e moldes diferentes do dos anos recentes.
A proposta no contexto da acessibilidade aérea à oferta do turismo do Algarve
O transporte aéreo para uma Área Turística, como o Algarve (formada, do zero, em torno do aeroporto de chegada), começa por assentar nas cadeias de voos fretados dos operadores de holiday package e nunca nas Full Service Carriers – em 1983, a percentagem do Táfego Não Regular, no Aeroporto de Faro, é de 83%.
A partir da segunda metade da década de 1990, com a desregulamentação dos direitos de tráfego no espaço aéreo da União Europeia, o transporte aéreo para uma Área Turística passa a assentar em Companhias Inovadoras, – em 2010, estas Companhias representam 75% do Tráfego Comercial do Aeroporto de Faro, as Companhias Charter representam 15% e as Full Sevice Carriers, 10%.
À Falta de melhor designamos por Companhias Inovadoras, de que as low cost são as mais conhecidas, todas as que se adaptam às alterações do mercado turístico e criam uma nova procura.
Em qualquer dos casos, as Full Service Carriers (no modelo inicial de ponto a ponto ou no mais recente de hub and spoke) têm custos incompatíveis com o tráfego leisure, do modelo de negócio de áreas turísticas, como o Algarve. Actualmente, as ligações e frequências que mantêm são poucas e não se vislumbra que esta situação se altere profundamente.
Seria um erro criar ilusões sobre os resultados da proposta dos “maiores grupos hoteleiros do País” e não intensificar os esforços para assegurar a competitividade do modelo de transporte aéreo que temos. Dependemos dele e ele não depende de nós, o que nunca é agradável. Vejamos os méritos, antes de situar os perigos.
O mérito da proposta
As actuais rotas e frequências das Companhias Inovadoras não respondem às exigência de clientes que ainda recusam voar em low cost e não estão ligadas a voos intercontinentais.
Em volume que desconhecemos, as ligações por Full Service Carriers podem alargar a procura a quem recusa viajar em companhias low cost e similares e se dispõe a pagar preço mais elevado. Pode, ainda, contribuir para o posicionamento do golfe do Algarve em países como os EUA.
A ligação a voos intercontinentais alarga a procura de eventos da Meet Industry, a realizar no Algarve – encontros, conferências e incentivos, em geral, na época baixa.
A proposta dos “grandes grupos” não é nova. O que pode ser novo é fazer algo de concreto. A oferta existente é apenas Lisboa. A ligação mais evidente é a de Madrid, de que se fala há anos. Depois, é o sonho: Heathrow, Charles de Gaule, Frankfurt e Munique.
A proposta a elaborar é nova e diferente do modelo que tem vindo a ser utilizado, no caso das Companhias Inovadoras, com contrato com ANA – TdP – ATA. Este é problema que visão larga e bom apoio técnico resolverão. Quanto ao sucesso da iniciativa, quem viver, verá.
O perigo da proposta
Tal como anunciada pelo Diário Económico, a proposta pode levar os agentes da Economia do Turismo e da Intervenção Pública a desviar a sua preciosa atenção do que é essencial e alimentar uma ilusão sobre a procura para a oferta de turismo do Algarve.
Em nossa opinião, entre o que é essencial, temos:
O sucesso a obter e o perigo a evitar
Só circunstâncias excepcionais porão Full Servive Carriers a voar para Faro, tal como descrito pelo DE. Poderão voar e vir a ter importância qualitativa.
Seria mau que esta cena reforçasse a informalidade na relação Privados/Estado e, pior, distraísse as atenções dos agentes da Economia do Turismo e da Intervenção Pública do que é verdadeiramente importante para o Algarve e País.
Albufeira 22 de Julho de 2011
Sérgio Palma Brito
Este post é apoiado pelo documento de trabalho “Acessibilidade Aérea à Oferta de Turismo do Algarve – dependência, concorrência e acção”
Sobre as viagens em Portugal por quem cá reside
Um País com 4,3 Milhões de Turistas
Em 2009, de entre os 10.639 milhares de Residentes em Portugal, 4.269 milhares (40,1%) fazem “pelo menos uma deslocação em que tenham dormido pelo menos uma noite fora da sua localidade de residência”. O INE designa este grupo de Residentes por “Turistas”.
Em 2009, há 59.9 % da População Residente (6.370 milhares), que não viaja para fora da sua residência habitual. Para isso alegam razões Económicas (54,1%) e boa parte dos 21,3% que alegam “Outras Razões” pode ocultar de razões económicas.
Antes da Crise de 2008/2009, estes quase 6,4 milhões de Residentes representariam um potencial de crescimento para a economia do turismo e um vasto grupo social que reclamaria o “direito a férias fora da sua residência”.
Em 2011, o potencial de crescimento para a economia do Turismo e a justiça social adquirem uma diferença singular em relação ao período da Europa da Abundância, de depois da II Guerra Mundial.
Destes 4.269 milhares de Turistas, 3,348 viajam em Portugal e 920 mil viajam para o Estrangeiro (336 mil viajam para Portugal e estrangeiro). A nossa análise assenta em Viagens e Dormidas e não em Turistas.
Um total de 16.158 milhares de Viagens em Portugal
O total de 16.158 milhares de Viagens em Portugal, resulta de três motivos dominantes
Se tivermos em conta as Viagens cuja duração é de 4 ou mais noites, a situação é diferente.
O número total é de 4.519 milhares, uma diminuição de 72,0%, em relação ao total de 15.158 milhares. Esta diminuição é mais acentuada em VFA (82,2%) e Negócios / Profissionais (79,5%) do que em Lazer, Recreio e Férias (62,7%).
Se compararmos o número de Viagens com duração de 1 noite e de 4 ou mais noites, por NUTS II de destino, temos situações diferentes:
Um total de 64.218 milhares de Dormidas em Portugal
O total de 64.218 milhares de Dormidas em Portugal, resulta de três motivos dominantes
Se compararmos o número de Dormidas das Viagens cuja duração é de 1 noite e de 4 ou mais noites, a situação volta a ser diferente.
Em relação às percentagens das Viagens, há um claro aumento do motivo Lazer, Recreio e Férias (de 50,4% para 62,1%) e uma diminuição de Visita a Familiares e Amigos (de 40,2% a 28,3%) – parece que os visitantes não abusam da hospitalidade de familiares e amigos.
Se considerarmos o Destino das Viagens, há uma clarificação da posição do Destino Algarve
O Inquérito do INE considera o Alojamento Turístico, definido para Fins Estatísticos e que é bem mais vasto do que o Alojamento Turístico da Política de Turismo – tentamos sintetizar estas diferenças no documento de trabalho sobre “Definições Formais de Alojamento Turístico”.
Se considerarmos o total dos 64.218 milhares de Dormidas de Viagens de, pelo menos, 1 noite, há 51.126 milhares em Alojamento Privado (79,6%), 9.329 milhares em Estabelecimentos Hoteleiros (14,5%), e 3.763 milhares em Outros Estabelecimentos (5,9%).
Se considerarmos o total dos 44.796 milhares de Dormidas das Viagens de 4 ou mais noites, esta repartição não se altera: a parte do Alojamento Privado passa a 79,2%, a dos Estabelecimentos Hoteleiros a 14,3% e a dos Outros Estabelecimentos a 6,5%.
Podemos detalhar os 51.126 milhares de Dormidas em Alojamento Privado, das Viagens com 1 ou mais noites de duração. O já referido “Alojamento fornecido gratuitamente por familiares ou amigos” representa 53,9% (27.536 milhares de Dormidas), a Segunda Residência 30,3 % (15.486 milhares), o Alojamento Arrendado 13,3 % (6.807 e os Quartos e Outros apenas 2,5 % (1.298 milhares).
Dormidas – Coerência dos Números com os do Alojamento Turístico Classificado
A nível nacional, há quase coincidência entre o Total de Dormidas em Estabelecimentos Hoteleiros e Outros Estabelecimentos (13.091 milhares) do Inquérito às Deslocações dos Residentes e o Total de Dormidas de Residentes no que o INE designa, inadequadamente, por Estabelecimentos Hoteleiros (13.243 milhares). A nível nacional, o Alojamento Turístico Privado marca a diferença considerável que existe entre as duas definições de Alojamento Turístico.
A repartição por NUTS II da comparação entre o número de Dormidas do Inquérito e do Alojamento classificado exige análise caso a caso. Em 2009, no Algarve, o número de Dormidas do Inquérito é de 15,5 milhões e o do Alojamento Classificado é de 3,7% – esta diferença ilustra a realidade da economia do turismo regional que é ignorada pela Política de Turismo.
Nota Final
A partir do ano de referência de 2009, o INE realiza o Inquérito às Deslocações dos Residentes, que substitui o anterior Inquérito à Procura Turística dos Residentes.
A leitura do Inquérito implica conhecer a definição de Alojamento Turístico para Fins Estatísticos, que apresentaremos em próximo documento.
Neste Inquérito, o INE termais meios para afectar à recolha de informação, seu tratamento e divulgação dos resultados. Há muito “Observatório” a eliminar, de modo a poupar e a afectar recursos humanos e materiais onde tal é útil e necessário.
Este post é apoiado por este documento de trabalho
Albufeira 12 de Julho de 2007
Em 2009, de entre os 10.639 milhares de Residentes em Portugal, 4.269 milhares (40,1%) fazem “pelo menos uma deslocação em que tenham dormido pelo menos uma noite fora da sua localidade de residência”. O INE designa este grupo de Residentes por “Turistas”.
Em 2009, há 59.9 % da População Residente (6.370 milhares), que não viaja para fora da sua residência habitual. Para isso alegam razões Económicas (54,1%) e boa parte dos 21,3% que alegam “Outras Razões” pode ocultar de razões económicas.
Antes da Crise de 2008/2009, estes quase 6,4 milhões de Residentes representariam um potencial de crescimento para a economia do turismo e um vasto grupo social que reclamaria o “direito a férias fora da sua residência”.
Em 2011, o potencial de crescimento para a economia do Turismo e a justiça social adquirem uma diferença singular em relação ao período da Europa da Abundância, de depois da II Guerra Mundial.
Destes 4.269 milhares de Turistas, 3,348 viajam em Portugal e 920 mil viajam para o Estrangeiro (336 mil viajam para Portugal e estrangeiro). A nossa análise assenta em Viagens e Dormidas e não em Turistas.
Um total de 16.158 milhares de Viagens em Portugal
O total de 16.158 milhares de Viagens em Portugal, resulta de três motivos dominantes
- Lazer, Recreio e Férias – 8.143 milhares e 50,4 %
- Visita a Familiares e Amigos – 6.493 milhares e 40,2%
- Negócios / Profissionais – 1.108 milhares e 7,0%
Se tivermos em conta as Viagens cuja duração é de 4 ou mais noites, a situação é diferente.
O número total é de 4.519 milhares, uma diminuição de 72,0%, em relação ao total de 15.158 milhares. Esta diminuição é mais acentuada em VFA (82,2%) e Negócios / Profissionais (79,5%) do que em Lazer, Recreio e Férias (62,7%).
Se compararmos o número de Viagens com duração de 1 noite e de 4 ou mais noites, por NUTS II de destino, temos situações diferentes:
- o Centro passa de 4.964 milhares a 1.221 milhares, menos 75,4%,
- o Algarve passa de 2426 milhares a 1.382 milhares, menos 43,0%.
Um total de 64.218 milhares de Dormidas em Portugal
O total de 64.218 milhares de Dormidas em Portugal, resulta de três motivos dominantes
- Lazer, Recreio e Férias – 39.885 milhares (62,1%),
- Visita a Familiares e Amigos – 18.188 milhares (28,3%),
- Negócios / Profissionais – 3.379 milhares (5,3%).
Se compararmos o número de Dormidas das Viagens cuja duração é de 1 noite e de 4 ou mais noites, a situação volta a ser diferente.
Em relação às percentagens das Viagens, há um claro aumento do motivo Lazer, Recreio e Férias (de 50,4% para 62,1%) e uma diminuição de Visita a Familiares e Amigos (de 40,2% a 28,3%) – parece que os visitantes não abusam da hospitalidade de familiares e amigos.
Se considerarmos o Destino das Viagens, há uma clarificação da posição do Destino Algarve
- o Centro passa de 17.779 milhares a 11.404 milhares, menos 35,9%,
- o Algarve passa de 15.464 milhares a 13.522 milhares, menos 12,6%.
O Inquérito do INE considera o Alojamento Turístico, definido para Fins Estatísticos e que é bem mais vasto do que o Alojamento Turístico da Política de Turismo – tentamos sintetizar estas diferenças no documento de trabalho sobre “Definições Formais de Alojamento Turístico”.
Se considerarmos o total dos 64.218 milhares de Dormidas de Viagens de, pelo menos, 1 noite, há 51.126 milhares em Alojamento Privado (79,6%), 9.329 milhares em Estabelecimentos Hoteleiros (14,5%), e 3.763 milhares em Outros Estabelecimentos (5,9%).
Se considerarmos o total dos 44.796 milhares de Dormidas das Viagens de 4 ou mais noites, esta repartição não se altera: a parte do Alojamento Privado passa a 79,2%, a dos Estabelecimentos Hoteleiros a 14,3% e a dos Outros Estabelecimentos a 6,5%.
Podemos detalhar os 51.126 milhares de Dormidas em Alojamento Privado, das Viagens com 1 ou mais noites de duração. O já referido “Alojamento fornecido gratuitamente por familiares ou amigos” representa 53,9% (27.536 milhares de Dormidas), a Segunda Residência 30,3 % (15.486 milhares), o Alojamento Arrendado 13,3 % (6.807 e os Quartos e Outros apenas 2,5 % (1.298 milhares).
Dormidas – Coerência dos Números com os do Alojamento Turístico Classificado
A nível nacional, há quase coincidência entre o Total de Dormidas em Estabelecimentos Hoteleiros e Outros Estabelecimentos (13.091 milhares) do Inquérito às Deslocações dos Residentes e o Total de Dormidas de Residentes no que o INE designa, inadequadamente, por Estabelecimentos Hoteleiros (13.243 milhares). A nível nacional, o Alojamento Turístico Privado marca a diferença considerável que existe entre as duas definições de Alojamento Turístico.
A repartição por NUTS II da comparação entre o número de Dormidas do Inquérito e do Alojamento classificado exige análise caso a caso. Em 2009, no Algarve, o número de Dormidas do Inquérito é de 15,5 milhões e o do Alojamento Classificado é de 3,7% – esta diferença ilustra a realidade da economia do turismo regional que é ignorada pela Política de Turismo.
Nota Final
A partir do ano de referência de 2009, o INE realiza o Inquérito às Deslocações dos Residentes, que substitui o anterior Inquérito à Procura Turística dos Residentes.
A leitura do Inquérito implica conhecer a definição de Alojamento Turístico para Fins Estatísticos, que apresentaremos em próximo documento.
Neste Inquérito, o INE termais meios para afectar à recolha de informação, seu tratamento e divulgação dos resultados. Há muito “Observatório” a eliminar, de modo a poupar e a afectar recursos humanos e materiais onde tal é útil e necessário.
Este post é apoiado por este documento de trabalho
Albufeira 12 de Julho de 2007
O Algarve na Florida da Europa
Os Resultados Preliminares dos Censos da População e Habitação dão uma primeira ideia sobre a realidade do Algarve na Florida da Europa.
A partir de 1970, o desenvolvimento da oferta de turismo permite
- inverter duas décadas de diminuição da População Residente – 60k habitantes entre 1950 e 1970,
- evitar que esta tendência se traduza numa redução suplementar de 90.000 habitantes até ao ano 2000 – em vez de 178 k habitantes, o Algarve tem 395k,
- um crescimento sustentado da População Residente
- 183k entre 1970 e 2011,
- 56k e 14% entre 2001 e 2011.
A última década de crescimento do Alojamento Familiar Clássico
- reforça o crescimento sustentado, dos 105 k fogos de 1970 aos 378 k de 2011,
- resulta de um ciclo de crescimento, iniciado em meados da década de 1990 e que acaba com a Crise de 2008/2009: 102k de aumento entre 2001 e 2011 (37%).
Este crescimento incorpora três componentes, que nós estimamos terem, em 2011, os seguintes valores:
- Residência Habitual – 197k
- Uso Sazonal – 145k
- Vago – 35k
A importante realidade económica, social e cultural do Uso Sazonal não tem sido objecto do estudo e atenção que o interesse do País exige. Mas, há pior.
Ignoramos quantos “reformados do tempo livre, inicialmente não residentes”
- ocupam os fogos de Residência Habitual, já no “modelo da Florida”,
- utilizam os fogos de Uso Sazonal em uma de duas maneiras
- estadias curtas, ainda na vida activa, sendo o primeiro mercado alvo para passarem a ser residentes permanentes, se os soubermos fixar no referido “modelo da Florida”,
- estadias prolongadas, já na reforma, mantendo laços com o país de trabalho e sendo “imigrantes informais do tempo livre”, podendo vir a formalizar a imigração, se os soubermos fixar.
Os Censos não permitem identificar
- os efeitos negativos da Crise de 2008/2009 sobre uma eventual redução da População Residente, entre 2007 e 2011,
- as consequências sobre a capacidade de atracção de compradores de Fogos de Uso Sazonal e de “reformados do tempo livre, inicialmente não residentes”, fruto de
- efeitos da Crise de 2008/2009, nos países de origem,
- incapacidade política nacional em prevenir e controlar as manifestações mais violentas ou repetitivas da insegurança de pessoas e bens.
Ver justificação no documento de trabalho (link)
Albufeira, 1 de Julho de 2011
“A Florida da Europa” – da (boa) ideia à (necessária) política
A ideia do Professor Álvaro Santos Pereira sobre “Um Florida da Europa (ou porque é que devíamos ser um país de reformados)” é excelente e, talvez sem ele o saber,
A competitividade de Portugal para atrair “reformados não residentes do tempo livre” é uma responsabilidade política do Álvaro – como o actual Ministro da Economia e do Desenvolvimento pede para ser chamado.
Se o Álvaro se empenhar, pode formalizar uma policie, que torne competitivos os esforços de quem está no mercado, desde há muitos anos, e de quem ainda não entrou … pelos custos de contexto de alguns dos mais absurdos aspectos da Política de Turismo, reconhecida e aceite.
Ver justificação no documento de trabalho (link)
Albufeira 1 de Julho de 2011
- recupera uma proposta técnica de 1964 (a quando da preparação do Plano Intercalar de Fomento), recusada pela decisão política,
- apoia o que , desde há quase quarenta anos, uma minoria de pessoas (desde André Jordan a este escriba) tem vindo a defender,
- ultrapassa em realismo o modelo de negócios do que correntemente se chama de “turismo residencial” – quem compra para utilizar e se instalar na reforma é diferente de quem compra para rendimento e venda com benefício.
- muito trabalho para vencer resistências, minas e armadilhas, de modo a estruturar um conjunto coerente de medidas, que faça de Portugal um País competitivo para a Imigração de Reformados não Residentes,
- o empenho do Primeiro-Ministro na aprovação e aplicação de uma decisão estratégica, sobre o assunto – desde Salazar a Sócrates, passando por Cavaco Silva, o que há de estratégico na Política para o Turismo situa-se na esfera de decisão do Primeiro-Ministro.
A competitividade de Portugal para atrair “reformados não residentes do tempo livre” é uma responsabilidade política do Álvaro – como o actual Ministro da Economia e do Desenvolvimento pede para ser chamado.
Se o Álvaro se empenhar, pode formalizar uma policie, que torne competitivos os esforços de quem está no mercado, desde há muitos anos, e de quem ainda não entrou … pelos custos de contexto de alguns dos mais absurdos aspectos da Política de Turismo, reconhecida e aceite.
Ver justificação no documento de trabalho (link)
Albufeira 1 de Julho de 2011
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