O Algarve na Florida da Europa

Os Resultados Preliminares dos Censos da População e Habitação dão uma primeira ideia sobre a realidade do Algarve na Florida da Europa.

A partir de 1970, o desenvolvimento da oferta de turismo permite

  • inverter duas décadas de diminuição da População Residente – 60k habitantes entre 1950 e 1970,
  • evitar que esta tendência se traduza numa redução suplementar de 90.000 habitantes até ao ano 2000 – em vez de 178 k habitantes, o Algarve tem 395k,
  • um crescimento sustentado da População Residente
    • 183k entre 1970 e 2011,
    • 56k e 14% entre 2001 e 2011.

A última década de crescimento do Alojamento Familiar Clássico

  • reforça o crescimento sustentado, dos 105 k fogos de 1970 aos 378 k de 2011,
  • resulta de um ciclo de crescimento, iniciado em meados da década de 1990 e que acaba com a Crise de 2008/2009: 102k de aumento entre 2001 e 2011 (37%).

Este crescimento incorpora três componentes, que nós estimamos terem, em 2011, os seguintes valores:

  • Residência Habitual – 197k
  • Uso Sazonal – 145k
  • Vago – 35k

A importante realidade económica, social e cultural do Uso Sazonal não tem sido objecto do estudo e atenção que o interesse do País exige. Mas, há pior.

Ignoramos quantos “reformados do tempo livre, inicialmente não residentes”

  • ocupam os fogos de Residência Habitual, já no “modelo da Florida”,
  • utilizam os fogos de Uso Sazonal em uma de duas maneiras
    • estadias curtas, ainda na vida activa, sendo o primeiro mercado alvo para passarem a ser residentes permanentes, se os soubermos fixar no referido “modelo da Florida”,
    • estadias prolongadas, já na reforma, mantendo laços com o país de trabalho e sendo “imigrantes informais do tempo livre”, podendo vir a formalizar a imigração, se os soubermos fixar.

Os Censos não permitem identificar

  • os efeitos negativos da Crise de 2008/2009 sobre uma eventual redução da População Residente, entre 2007 e 2011,
  • as consequências sobre a capacidade de atracção de compradores de Fogos de Uso Sazonal e de “reformados do tempo livre, inicialmente não residentes”, fruto de
    • efeitos da Crise de 2008/2009, nos países de origem,
    • incapacidade política nacional em prevenir e controlar as manifestações mais violentas ou repetitivas da insegurança de pessoas e bens.

Ver justificação no documento de trabalho (link)

Albufeira, 1 de Julho de 2011

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