No dia 18 de março de 2025, os 55 anos do que é a atual Entitade Regional do Turismo do Algarve comemorados com uma Conferência no Algarve Epic SANA.
Lá estarei, mas decidi publicar a minha opinião sobre como a via para os grandes problemas do futuro ganha se conhecermos os anos do Big Bang que vão de 1962 a 1965.
Publico o texto em Word para facilitar a leitura e... o desejado copy/paste.
Os 55 anos da Região de Turismo do Algarve permitem
abordar o futuro previsível à luz do passado, tema que idade e experiência me fazem
trazer à liça. Com receita das casas de ferias, Algarve é região turística mais
importante do País e Albufeira segundo município, antes do Porto – orgulho
neste trabalho de gerações.
1.Posicionar destino Algarve na Costa Leste da América do
Norte e gerar novo ciclo de crescimento
Em abril de 1962 Salazar decide que despesas do aeroporto
de Faro “serão feitas com dispensa no cumprimento de todas as formalidades
legais, incluindo o visto do Tribunal de Contas”. Salazar posiciona a Área
Turística do Algarve na Bacia Turística Alargada do Mediterrâneo. E revela
compromisso que gera iniciativas empresariais. Move-o imperiosa necessidade de
divisas e o exemplo de Espanha, onde o turismo é já um sucesso.
Aquisições recentes por investidores institucionais
estrangeiros alteram o tecido empresarial e tornam possível programa
profissional de branding e marketing & vendas na Costa Este dos EUA
de adequada oferta regional. É o caso de golfe e residence, e visitas a Lisboa
Sevilha, Granada e Córdova.
2.Identificar e fomentar a cadeia de valor do modelo
Cote d’Azur é crucial para a sustentabilidade do turismo do Algarve no
futuro
Entre 1963/65, o ministro da Obras Publicas (MOP) licencia
empreendimentos que marcam o futuro do turismo do Algarve: Vale do Lobo, Praia
Maria Luisa, Vilamoura, Vila Lara, Prainha, Salvor, Anglopor e Penina.
Em Vale do Lobo e Penina é licenciada a venda de lotes de
moradias para financiar o hotel e o golfe. Vilamoura acolhe turistas em
hotelaria e residência secundária e residentes permanentes. É reconhecida a utilização
de alojamentos pelo proprietário na época baixa e exploração turística na época
alta. É apoiada a instalação de reformados estrangeiros em residência
permanente.
Esta visão do futuro é vítima de políticas publicas e
lobi privados, que demonizam a ‘imobiliária’ até hoje com prejuízo da Região e
do País.
O modelo Cote d’Azur assenta na procura de
investimento em casas de férias (151.269 em 2021) pela classe média. O modelo
da hotelaria vendida a operadores de pacotes de férias e voos charter passa a
ser dominante e protegido pela política e opinião publicas, erro crasso a
corrigir.
3.O ambientalismo radical de fachada científica é
substituído pela sustentabilidade holística que compatibiliza ambiente, sociedade
e economia.
Em 1963, o Plano Regional do Algarve é pioneiro em
compatibilizar ‘conservar e desenvolver’, antecipando o Design with Nature de
Ian McHarg (1989) e a sustentabilidade que integra ambiente, sociedade e economia
do Relatório Brundtland (1987).
A partir dos anos 90 forma-se o ambientalismo radical de
fachada científica com o ambiente a dominar tudo o resto e quase a excluir o
desenvolvimento. É a derrota da visão culta, que urge recuperar.
4.O futuro depende da qualificação do território ser a
prioridade de nova RTA fora do obsoleto modelo atual
Em 1969, a RTA nasce no MOP com o “plano de obras de infraestruturas
urbanísticas e interesse turístico do Algarve”. Na Comissão Regional o MOP tem
presença relevante, extinta com o 25 de abril.
A nova RTA tem modelo adequado ao Algarve fora do
absurdo quadro legal vigente e nasce com a prioridade à qualificação do
território.
Sergio Palma Brito, Analista Sénior em Turismo e
Transporte Aéreo
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