Miguel Sousa Tavares, privatização da ANA e Novo Aeroporto de Lisboa

 

Na 5ª Coluna de 6 de fevereiro de 2025, perante a atitude embevecida de Sandra Felgueiras, Miguel Sousa Tavares foi longe demais na agitação convicta e firme de números falsos e na complicação de uma realidade simples, complicação que revela desconhecimento da realidade e animosidade excessiva contra a Concessionária da Exploração dos aeroportos do País.

Tudo a desinformar os portugueses.


1.Receita privatização da ANA

Citamos

-“(65) O preço de venda de 3,08 mil milhões de euros realizado no final da segunda e última fase do processo de privatização excedeu […] % a estimativa superior do intervalo de avaliação. O preço de venda foi igualmente 26 % mais elevado do que a segunda maior proposta vinculativa, do consórcio Fraport/IFM (2,44 mil milhões de euros).”*.

Isto é, um múltiplo de 15,5 da EBIDTAR da ANA estatal.

-Está previsto a ANA pagar €2.947 milhões, em percentagem do lucro a partir de 2023**.

Sem ter em conta a inflação, o valor pago e a pagar pela Vinci é €6.000 milhões.

MST afirmou a Vinci ter pagado pouco mais de €1.000 milhões.

Das duas, uma

-ou MST Tavares desconhece os números e devia ter guardado silêncio,

-ou sabe e mente aos portugueses, a coberto da impunidade de que goza.

2.MST apresenta o aumento de Taxas Aeroportuárias que a ANA propõe a Governo no Relatório Inicial no contexto de uma confusão de números que revelam desconhecimento da realidade e inimizade em relação à ‘ANA/Vinci’.

A ANA é Concessionaria da exploração dos aeroportos de Portugal e Regiões Autónomas até 2062 (50 anos) e é nessa condição que apresenta ao Governo o Relatório Inicial previsto no Contrato de Concessão para um Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) no descampado de Samora Correia.

Para não haver custo para os contribuintes, o NAL é pago por um mix de Taxas Aeroportuárias, receita das atividades comerciais e prorrogação do prazo da Concessão.

Os números em causa são para evoluir com o aprofundar do dossier e a negociação com o Governo.

Ser responsavelmente contra o aumento das Taxas implica admitir custo para os contribuintes ou ganho do Governo na negociação com a ANA, o que é incerto.

Esta é a realidade objetiva para além da ignorância do modelo e/ou animosidade de MST contra a ANA.

MST apenas lançou confusão sobre um assunto que exige informação objetiva dos portugueses.

3.Sem querer, MST ilustra o que há de perigoso em análises superficiais de um tema que exige debate profissional por gente com informação, qualificação e seriedade intelectual.

Lisboa 7 de fevereiro de 2025

 

*Fonte – documento da Comissão “Auxílio estatal SA.36197 (N/2013) – Portugal Privatização da ANA – Aeroportos de Portugal” de 2013.06.19.

**Fonte – Orçamento do Estado de 2023, p.171.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário