A notícia fala por si.
Os mais distraídos e a juventude podem não ter a consciência do significado da reutilização da Ala Nascente do Terreiro do Paço.
Vale a pena recordar realidades e factos, que situam significado desta iniciativa e o valor de quem a tornou possível.
Þ Uma Nota Pessoal
O exilio permite o regresso. Passados anos vemos a realidade com olhos e percepção diferentes. Em 1975, visitadas cidades de meio mundo, em Lisboa vimos o que não víramos dez anos antes:· a luz da Cidade e o azul do Tejo, únicos no mundo que conhecia,
· os azulejos nas fachadas de inúmeros prédios,
· uma longa faixa, vários quilómetros, de edifícios “históricos, antigos ou velhos”, com tanta beleza e harmonia, como descalabro, desleixo e degradação,
· nesta faixa, uma peça maior: o Terreiro do Paço/Praça do Comércio.
Vimos, também
· sujidade nas ruas e passeios, com um trânsito caótico e já poluente,
· um parque de estacionamento degradante, no Terreiro do Paço.
Entre as três “missões” políticas que nos fizeram regressar a Portugal, a mais perene era
· concentrar a intervenção da ENATUR no fomento da recuperação do Património Construído degradado, pela reutilização por actividades turísticas, compatíveis com a “semântica dos edifícios” e envolvente.
Desse tempo e dos anos que seguiram, retemos a dificuldade em mudar o stato quo, em qualquer um dos edifícios dos muitos de que nos ocupámos, então sem sucesso.
Desde então, os progressos neste campo foram enormes e vários são os exemplos de excelência.
Desta nota pessoal, sublinhamos o essencial:
· o que se passa no Terreiro do Paço é histórico e pode marcar um verdadeiro ponto de viragem na longa história desta parte de Lisboa.
Þ Reconhecer quem não pode ser esquecido
O mérito da iniciativa pertence ao Presidente António Costa e à sua vereação. Sem a sua visão, determinação e força, não teria sido possível confirmar a transformação do Terreiro do Paço, timidamente iniciada, há anos, com instalações da Associação de Turismo de Lisboa.Depois, veio o Páteo da Galé.
Agora, temos a maior parte da zona nobre da Ala Nascente.
O fio condutor de todas estas transformações é Vítor Costa, o mais do que eficiente e muito discreto Director Geral da Associação de Turismo de Lisboa.
Declaramos que somos amigos de longa data, mas a amizade não impede nem tira valor ao reconhecimento do obreiro destas transformações.
Sei, de experiência vivida, quão difícil foi negociar espaços, utilizações, pequenos privilégios e grandes opções.
Dos Costas, sem o António, o Vítor nada teria feito. Mas sem o Vítor, o António não inauguraria a Ala Nascente, a que o seu nome fica, mais do que justamente, associado.
Do António, toda a gente sabe. É justo que alguns fiquem a saber do Vítor … e ele merece o reconhecimento.
A Bem da Nação
Albufeira 5 de Junho de 2012
Sérgio Palma Brito
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