Alemanha
Mercado Prioritário Para a Oferta de Turismo de Portugal

→ Números Isolados, mas Significativos
Não sou especialista no Mercado Turístico da Alemanha. Conheço o perigo de utilizar números dispersos, sem detalhe nem enquadramento no tempo. Eis duas boas razões para não redigir este texto.

Dito isto, também sei que há números dispersos que falam mais do que volumosos estudos. Penso que é o caso e que posso arriscar.

O Federal Statistical Office da Alemanha acaba de divulgar informação de síntese sobre indicador relevante:
  • número de passageiros que embarcaram em aeroportos da Alemanha, com detalhe por principais destinos, de 1 de Abril a 30 de Outubro (o chamado Verão IATA), em 2011 e comparação com 2010.

→ Comparação entre 2011 e 2010
O Gráfico 1 ilustra a comparação entre 2010 e 2011, do número de passageiros, por alguns dos destinos comparáveis a Portugal. A palavra “comparáveis” tem que se lhe diga, pois estamos a comparar
  • um País, com vários destinos e para onde também viajam emigrantes,
  • verdadeiros destinos turísticos, como as Ilhas Gregas (com a Grécia a fazer tudo para afugentar turistas) ou as Canárias.

Gráfico 1 - Comparação entre 2010 e 2011, do número de passageiros, por destino

 
                       
Comentários:
  • ignoramos se o destino Baleares tem em conta o hub da Air Berlim,
  • Antalya é o segundo destino, destacado de todos os outros,
  • com a excepção de Egipto e Tunísia, todos os destinos crescem,
  • Portugal é destino menos importante do que as Ilhas Gregas e Canárias,
  • em 2010, Portugal pouco mais representa do que o Egipto – melhora em 2011 porque o Egipto desce.

O Gráfico 2 ilustra a comparação do crescimento, entre 2010 e 2011, do número de passageiros, por destino.

Gráfico 2 – Comparação do crescimento, em percentagem, entre 2010 e 2011, do número de passageiros, por destino




Comentário
  • Portugal cresce, mas cresce menos do que todos os outros destinos, com a excepção de Maiorca.

→ Que Fazer?
Antecipo propostas avulsas, que são parte de um conjunto estruturado. Antes de agir é preciso
  • substituir o conceito de Promoção Turística pelo de Marketing da Oferta de Turismo e valorização da Marca Portugal, como umbrella de Marcas Regionais, nos Destinos onde a Oferta o permita e o Mercado o exija,
  • implementar uma transformação profunda, a nível da Politica de Turismo, do relacionamento com a Iniciativa Privada, da organização e funcionamento do Turismo de Portugal – o Plano de Promoção Para 2012 é um híbrido, sem descendência nem futuro,
esta transformação passa, entre outros mas não só, por uma genuína Concertação Estratégica entre Politica de Turismo e Iniciativa Privada,
  • é à Iniciativa Privada e a Técnicos Qualificados que compete fazer Promoção, em função do oferta, em estreita ligação com a distribuição e de acordo com opções do Marketing Estratégico
  • o Turismo de Portugal é o garante da coerência da exposição externa do País, facilitador da acção dos privados e canalizador de apoios, em utilização eficiente, avaliável e avaliada de fundos públicos.
Neste novo quadro, é preciso
  • trabalhar, de baixo para cima, para, a partir de Planos por Destino, elaborar um Plano Trienal de Marketing da Oferta e de Valorização da Marca para o mercado da Alemanha – nada de sustos, um Plano Regional tem um máximo de 10 páginas e o Nacional 25,
  • definir anual e atempadamente, objectivos e meios a afectar a Programas e Acções, justificadas e avaliadas, com responsabilidades claras.

→ Um Símbolo a Alterar
O debate sobre as funções, do Estado está no centro da nossa vida. Como muitos portugueses, tenho dúvidas sobre algumas destas funções.

No Protocolo de Contratualização da Promoção Turística Regional Externa, assinado a 16 de Setembro de 2010, o ponto 2 reza:
  • “Compete ao Governo elaborar e implementar, através do Turismo de Portugal, I.P., uma estratégia coerente e eficaz de promoção turística que permita manter e ampliar de forma sustentada a quota de mercado e as receitas turísticas nacionais, contribuindo assim para a dinamização desta actividade económica, enquanto importante geradora de riqueza e emprego no país.”.
No meu entendimento das Funções do Estado, compete ao Governo
  • alterar, a 180º, a cultura, o espírito e a letra desta afirmação,
  • no quadro da Concertação Estratégica com a Iniciativa Privada, mudar!
Se eu recuar a 1977, casa vez estou mais convencido que, na Economia do Turismo, o Estado Português não fez quase nada do que era seu dever fazer e fez quase tudo do que não devia fazer.

→ 2012?
Ano Novo, Vida Nova!
Um grande ano para todos nós e para Portugal.

Albufeira 30 de Dezembro de 2011

Sérgio Palma Brito

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