1.João Fernandes, ex-presidente da ERTA, dá entrevista de fim de mandato ao
Publituris.
A autossatisfação
é evidente, mas não tem base real e confirma a vacuidade da coisa.
No turismo do
Algarve há nichos de excelência que são o nosso orgulho.
A envolvente
a estes nichos é de mediocridade patológica e, a prazo, acaba por os
desvalorizar.
Este processo
está em curso desde pelo menos os anos noventa e só se agrava.
Esta
envolvente, reconhecida e aceite pelo grupo social dominante, é a nossa
vergonha.
Não, João Fernandes,
-o Algarve
não está na Champions, nem na taça UEFA e nem na Conference League.
-está em zona de despromoção da Liga Bwin.
2.O Algarve
não é destino obrigado a encafuar turistas em hotéis e resorts pela insegurança
envolvente.
No Algarve há
uma Oferta Pública de Turismo que completa a oferta privada.
Em grande
parte, esta oferta é também espaço da vivência dos residentes no Algarve.
A imagem de
marca (reputação) do destino Algarve forma-se na mente, coração e espírito de
quem nos visita e depois comunica.
Depois da
água, a imagem de marca é o que de mais importante há no turismo do Algarve.
Não é por
acaso que
-ninguém se preocupa
em seguir a medição da pluviosidade na Região e ainda menos avaliar a sua
reputação nos segmentos mais importantes da procura,
-ninguém se
preocupa com a qualificação da oferta publica de turismo, salvo exceções que
confirmam a regra e o incansável José Trigo no Facebook.
Ninguém se
preocupa porque o grupo social dominante não quer perturbar o equilibro da
convergência de interesses em que assenta.
A candidatura
de André Gomes a presidente da ERTA tem o apoio quase unânime de tudo o que
mexe no Algarve. As eleições para a ERTA são fruto da convergência de
interesses dominante.
3.Há no
Algarve o que designo se nenhuma animosidade por elite regional ou grupo social
dominante.
Há e deve ser
forte e intervir no que é a fraqueza que, como um cancro, rói a sua
competitividade desde há anos e, qual Duracell, dura, dura, dura.
O que critico
neste grupo social é a sua incapacidade em romper com o adormecimento e
indiferença perante a degradação da oferta publica de turismo.
Não têm
vergonha da N125 e de tantos outros espaços degradados?
André Gomes é
jovem da terceira geração da elite regional.
Nada tenho
contra isso, mas estou preocupado.
4.A
entrevista de André Gomes ao Barlavento é a mais extraordinária expressão da
continuidade.
Não admira,
sendo ela apoiada pela quase unanimidade da elite que domina.
Não podemos
pedir aos perus para organizar a ceia de Natal, mesmo com a garantia que a
ementa é bacalhau.
Acontece que
o País, a Região e o Turismo exigem rutura e não continuidade.
Na elite, há
ou não gente que compreende a urgência em romper com a desgraçada continuidade?
5.Romper
como?
A ERTA da
continuidade, avaliada em base zero, seria para extinguir.
Pura e
simplesmente.
A continuar
assim é uma ofensa aos contribuintes.
A ERTA
justifica-se plenamente se passar a liderar a qualificação da oferta publica de
turismo.
Liderar pela
mobilização de pessoas, instituições e empresas.
Liderar no
incentivo a campanha profissional de poupança de água de uso urbano e agrícola.
Liderar na
qualificação de paisagismo publico sustentável, sem relva e com autenticidade.
Liderar no
impor padrões de limpeza.
6.O discurso
vazio sobre sustentabilidade deve dar lugar a iniciativa de cuidadosa preparação
profissional que sustente mensagem direita à mente, coração e espírito dos
turistas:
-venham ao
Algarve, onde tudo estamos a fazer para minimizar a pegada ecológica e
maximizar a economia circular.
Chega de
palavras e discursos ruminantes.
É preciso
agir na consciência de sermos avaliados.
7.André Gomes
enfrenta uma escolha
-faz o que
diz na entrevista e falha perante o que País, Algarve e Turismo exigem e, com
jeitinho, chega a secretário de Estado,
-pensa muito
bem, escuta as forças que exigem mudança e avança.
Carpe diem,
André Gomes.
És novo e
tens uma extraordinária possibilidade de ser útil a todos nós.
foto
8.A Agência
Regional de Turismo do Algarve fica para 1 de julho.
Se contarmos
com os proveitos da cadeia de valor da imobiliária turística, o Algarve é, de
longe, o destino regional mais importante do País.
Comparemos a
atual Agência do Algarve com o que se faz em Lisboa e Porto.
É inacreditável
e inaceitável.
Lisboa 15 de junho de 2023
Sérgio Palma
Brito