Dei uma longa entrevista ao semanário Nascer do Sol e o editor escolheu o
título que publicamos:
Publiquei no efémero Facebook um texto importante para compreender o meu
posicionamento sobre passado, presente e futuro da TAP. Sem alterações o texto
é o que segue.
Depois de profunda análise do dossier TAP e Transporte Aéreo em Portugal e
na Europa, fiz algo que não é comum em Portugal
-responsabilizar politicamente o ministro das Infraestruturas e Habitação
pelo desastre que a TAP vive,
-avaliar o desempenho do titular da pasta no exercício da função de
acionista Estado na TAP, concluindo que o titular não tem qualificação para o
exercício do cargo e deve ser substituído.
Este é exemplo do exercício de cidadania e só a degradação do debate
publico em Portugal permite que exercício da cidadania seja confundido com
ataque pessoal e por aí adiante.
Nunca ataquei nem atacarei pessoas. Luto por causas, critico propostas e
combato erros com base em cuidada análise de factos.
Chego assim à Opinião que o ministro publica no Jornal de Negócios sobre
“Tirar lições da crise para melhor proteger as companhias aéreas europeias” e à
extraordinária frase
-“Os Estados-membros devem aprender com as lições da atual crise mundial da
aviação civil.”.
Centenas de cidadãos da Europa já devem ter escrito isto e muitos milhões
pensado o mesmo.
O ministro que tutela a TAP não compreende que não está em condições de
intervir neste debate e ainda menos da maneira como o faz.
Explico.
Os “Estados-membros” conhecem
-o historial da TAP desde o Auxilio de Estado de 1994, a quase insolvência
em 2000,
-os “pequenos resultados, mantendo-se, apenas, no limiar da sobrevivência”
(Fernando Pinto, 2006) até `quase insolvência de 2015 de que só a privatização
a salva,
-privatização que é revertida até chegar à quase nacionalização (92% do
capital), ao arrepio das boas regras do Mercado Único do Transporte Aéreo,
-last but not the least, a desestabilização da TAP desde 2019 e o atual
estar ligada à máquina por Programa de Reestruturação e Emergência em curso de
decisão e a Empresa com futuro mais do que incerto.
Esta afirmação e sua explanação mostram o que já sabemos:
-por via do ministro das Infraestruturas e Habitação, o governo português
desconhece o mercado competitivo e de concorrência leal em que a TAP vai
operar, sem ter os requisitos para nele sobreviver.
Ver a entrevista do ministro em https://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/detalhe/tirar-licoes-da-crise-para-melhor-proteger-as-companhias-aereas-europeias
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