O Programa Turismo
2020 do Turismo de Portugal foi apresentado na BTL e vai estar na ordem do dia durante os próximos
anos. Este post reúne seis comentários publicados no Facebook. Há alterações
menores nos posts e acrescentámos os títulos.
*Luís Patrão e o turismo nos quadro
comunitários
Apesar do
stress, não podemos atrasar mais seis posts. Em tempo de hossanas ao programa
Turismo 2020, uma palavra para Luís Patrão, o presidente do Turismo de Portugal
que no anterior quadro comunitário criou o Polo de Competitividade Turismo 2015.
Este ‘polo’
-foi o
instrumento que assegurou o lugar do Turismo na barganha pelos fundos comunitários,
-só foi
possível pelo gabarito de Luís Patrão, pela sua ligação ao primeiro-ministro e
a então política inovadora de José Sócrates para o turismo.
Publicaremos
brevemente dois posts de pura justiça, um sobre José Sócrates e outro sobre
Luís Patrão.
*Reconhecimento crítico de Cotrim de
Figueiredo e Nuno Fazenda
Um segundo
post regista o Turismo 2020, felicita e reconhece o trabalho de João Cotrim de
Figueiredo e Nuno Fazenda. Dito isto, duas observações críticas e uma
constatação que não surpreende.
Apesar da
posição da União Europeia ser diferente, o Programa 2020 ignora o Alojamento em
Casa de Familiares e Amigos e toda a dinâmica do Turismo Residencial, o que é
inaceitável dada a importância económica, social e cultural destas actividades
turísticas.
Ao
percorrer os Projectos do Turismo 2020, é erro nosso, ou há excesso de
iniciativas públicas e da oferta ‘dispersa’ e carência de iniciativas da
iniciativa privada e oferta ‘concentrada’? Gostávamos de ver uma regra do tipo
‘três quartos para esta última e um quarto para aquela’.
Por fim, a
constatação de um socialista liberal e apoiante das posições de Adolfo Mesquita
Nunes:
-é
espantoso ver a proposta do actual governo neoliberal parecer acompanhar o que
já era a proposta do ‘socialismo puro e duro’ de Luís Patrão.*Ignorar o turismo residencial e alojamento por familiares e amigos?
-a importância do alojamento gratuito por familiares e amigos (31 milhões de dormidas),
-a
importância da residência secundária utilizada pelo proprietário e família (15
milhões)e da arrendada (4.1milhões),
-a comparação com as dormidas no alojamento turístico classificado (13.2 milhões).
-a comparação com as dormidas no alojamento turístico classificado (13.2 milhões).
O Turismo
2020
-não pode
ignorar cerca de 50 milhões de dormidas (31+15+4) do turismo interno e número
porventura superior no turismo receptor,
-deve
respeitar a definição de alojamento turístico pela União Europeia/Eurostat.
Magra é a
explicação para um governo que quer romper com a visão estatizante: sempre foi
assim com todos o turismo nos outros quadros comunitários!
Gráfico 1 – Turismo residencial e
alojamento por familiares e amigos
(milhões)Fonte: Elaboração própria com base em INE – Estatísticas do Turismo
*Desenvolvimento regional e
alojamento turístico não classificado
Um quarto
post completa o anterior. Ainda no caso do turismo interno, o gráfico 2 ilustra
a repartição regional das dormidas em todos os tipos do alojamento turístico e
as dormidas no alojamento classificado (hotelaria).
Medido em dormidas, o famoso
´desequilíbrio entre camas legalizadas e ilegais’ é, no Alentejo, Centro e
Norte, mais importante do que no Algarve.
Quando se
fala em ‘turismo e desenvolvimento regional’
-ninguém e
ainda menos o Programa 2020 pode ignorar o contributo de residentes e não
residentes que escolhem alojamento diferente do classificado.
Adolfo
Mesquita Nunes tem razão quando afirma não competir ao Estado escolher o
alojamento dos turistas, mas não tem força politica para fazer respeitar a sua
visão. Sem piadas, este é um dos campos para a Reforma do Estado.
Gráfico 2 – Repartição regional do
total do alojamento turístico e do alojamento turístico classificado
(hotelaria)
(milhões)Fonte: Elaboração própria com base em INE – Estatísticas do Turismo
*Turismo 2020 e ignorar a economia do
turismo no Algarve
Um quinto
post é sobre o Algarve e feito de quatro perguntas: -como pode o Programa Turismo 2020 ignorar o turismo residencial numa região onde há 150.000 residências secundárias?
-como é
possível falar de sustentabilidade do turismo no Algarve e não incluir um
projecto sobre a eficiência energética da cerca de cinquenta grandes
estabelecimentos de turismo residencial da região, com destaque para os do
Golden Triangle (Vale do Lobo, Quinta do lago e Almancil)?
-ainda
sobre sustentabilidade, como é possível não acabar rapidamente e em força com a
poluição do Parque Natural da Ria Formosa e outras áreas ambientais por esgotos
urbanos e industriais não tratados?
-por fim, como
compreender o silêncio ensurdecedor e a apatia da elite regional perante estes
factos?
*O programa adicional sobre promoção
turística
O sexto e
último post vai para além do Turismo 2020. Temos de felicitar o Secretário de
Estado e o Presidente da CTP pelo programa adicional e nacional de Promoção
Turística, que o nosso apoiado Adolfo Mesquita Nunes e nosso amigo Francisco
Calheiros conseguiram.
Desde 2007
(estávamos lá), o então vice-presidente Francisco Calheiros bateu-se para a CTP
ter um conjunto coerente de propostas sobre promoção turística, algumas ainda
actuais e por implementar. Agora tem responsabilidade na gestão de €10 milhões.
Votos de
felicidades!
A Bem da
Nação
Lisboa 2 de
Março de 2015
Sérgio
Palma Brito
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