Em Post
recente, analisámos um dos mais graves problemas escondidos da Economia do
Turismo em Portugal:
-Portugal
está em 72º lugar no que respeita à qualidade e cobertura da informação
estatística, disponível para o sector do Turismo.
Pior,
-a
indiferença geral sobre este facto confirma não haver procura exigente por
Informação Estatística do Turismo qualificada por parte de «governments,
industries, academia and the public»”.
*Intervenção do Director Executivo
da Organização Mundial do Turismo
A recente
intervenção* do Director executivo da Organização Mundial do Turismo (OMT),
Márcio Lucca de Paula ilustra dois aspectos desta degradação:
-a
referência a “chegadas de turistas internacionais” é o mais evidente: o
Inquérito aos Movimentos de Pessoas nas Fronteiras foi realizado entre 2004 e
2007, pelo que o numero de ‘chegadas’ em 2013 é fruto de cálculos frágeis e
inaceitáveis por escamotearem uma das mais graves lacunas da Informação
Estatística do Turismo,
-a
referência a valores e ranking internacional da Balança Turística (diferença
entre Receita e Despesa de Viagens e Turismo na Balança de Pagamentos) exige
análise.
*Dois Tipos de Indicadores
Estatísticos
No Post
já referido, distinguimos dois tipos de Indicadores da Informação Estatística
do Turismo:
-os produzidos
pelo INE e Banco de Portugal,
-os Indicadores diversos de Estatísticas
do INE, ou elaborados com base em informação do INE, Banco de Portugal,
Administração Pública e outros.
Em nossa
opinião,
-estes
segundos Indicadores devem ser elaborados por Centro Universitário de Economia
e/ou Estatística de primeira linha, um
elemento indispensável do Sistema que integra ainda INE, Banco de Portugal,
Turismo de Portugal e Confederação do Turismo Português.
*O Centro Universitário de primeira linha e a Ambição
Este Centro
Universitário, em
condições a acordar,
-elabora,
divulga e garante um Painel de Indicadores e uma versão revista do actual
Proturismo,
-assegura
um diálogo qualificado entre todos os agentes do sistema: TdP, CTP, INE e BdP,
-realiza
todas as tarefas que impliquem credibilidade
e posicionamento da Informação Turística do
Turismo.
Este Centro
é instrumento de uma ambição
-em três
anos, a Informação Estatística Sobre Turismo coloca Portugal no TOP 15 do
Travel & Tourism Competitivness Report do World Economic Forum no que
respeita à qualidade e cobertura da Informação Estatística Disponível para o
Sector do Turismo.
*Sobre a Balança Turística
O conceito
de ‘Balança’ pode ser útil em casos como a Alimentação, de Produtos como o
azeite e, mais recentemente, os combustíveis.
Em nossa
opinião, a Balança do “turismo internacional” não faz sentido porque
-resulta da
diferença de processos com dinâmicas económicas e sociais diferentes e
independentes, o Turismo Receptor e o Turismo Emissor – com a excepção do ‘vá
para fora cá dentro’, uma espécie de ‘substituição de importações’,
-o foco da
Intervenção Publica do Turismo deve ser o facilitar a actividade empresarial a maximizar a Receita de Viagens e Turismo na
Balança de Pagamentos.
*Sobre Rankings Internacionais
A Economia
do Turismo sofre em excesso de um mal que, em tempos idos, foi denunciado por
Michael Porter:
-o do
jogador de ténis tão preocupado com o marcador electrónico que perde bolas
sucessivas.
No caso do
questionável indicador da Balança Turística, há duas observações de princípio:
-em valor
absoluto, ganha o País que receba muitos Turistas e seja suficientemente pobre
para ter reduzido Turismo Emissor,
-em percentagem
do PIB, ganha, de entre os países anteriores, aquele cuja Economia depender
mais do Turismo – por este andar, ainda é o caso das Maldivas.
*Equívoco Politico
Apesar de já
me ter dado alguns desgostos (o Projecto de Decreto-Lei sobre Alojamento Local é
um desastre) mantenho estima e apreço pelo liberal Adolfo Mesquita Nunes,
aceito as boas intenções de António Pires de Lima e espero que João Cotrim de
Figueiredo actualize a ‘corporate culture’ e ‘management style’ do Turismo de
Portugal.
Correndo o
risco de só criar sarilhos, espero que eles entendam muito rapidamente que
-uma
Informação Estatística do Turismo renovada é indispensável para Conhecer,
Tornar Competitiva e Posicionar a Economia do Turismo,
-na ausência
desta Informação, as boas intenções apenas garantem o Inferno e alimentam um
equívoco político que se tolerava antes da Crise, mas que é inaceitável na
actualidade.
Por outras
palavras, a excelente apresentação sobre O Marketing Digital na Comunicação
Internacional do Destino Portugal dispensava a intervenção do Director da OMT e
a cena da Balança Turística
Lisboa 3 de
Junho de 2014
Sérgio
Palma Brito
*Na sessão
sobre O Marketing Digital na Comunicação Internacional do Destino Portugal,
organizada pelo Turismo de Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário