João Vieira Pereira erra clamorosamente sobre a TAP, mas vale a pena questionar

 

Do editorial do Expresso de 2024.12.12, citamos o texto em figura.

 


Deixemos Carlos Tavares entregue ao deleite patriótico e ocupemo-nos das declarações de JVP.

 

1.“Seria sempre melhor ter uma TAP independente”!

A sério?

JVP ignora que

-a competitividade das companhias aéreas da Europa passa pelo reforço dos três grandes grupos existentes, entalados entre as grandes empresas dos EUA e do Golfo no longo curso e as low cost no médio curso,

-a TAP independente não tem massa critica para sobreviver no ultra competitivo mercado do transporte aéreo da Europa.

2.”do que nas mãos de um gigante da aviação que, na primeira hipótese, transformará a empresa [TAP] numa low cost ou numa transportadora regional”!

A sério?

JVP ignora que

-a Iberia evitou a insolvência com a fusão com a British Airways no IAG, que a capitalizou após duro acordo com os sindicatos e posterior investimento que a rentabilizou,

-a IAG (da BA e Iberia) adquiriu a AerLinngus e a fez crescer para patamar nunca imaginado,

-o IAG tem a sua atividade low cost pura concentrada na Vueling.

JVP ignora ainda que o Grupo Lufthansa

-valorizou a própria Lufthansa, a Austrian Airlinee, a Swiss e a Brussels,

-tem a atividade low cost na Eurowings,

A Brussels tem estatuto ambíguo pela sua fraqueza congénita e um mercado nacional entalado entre Schipol e Charles de Gaule.

3.JVP tem do mundo empresarial a visão de um bloquista imberbe

-adquirir empresas para as destruir,

-quando a realidade é adquirir para criar valor e realizar sinergias.

4.TAP “forte, bem gerida e que tenha genuínas preocupações com o interesse nacional”

JVP ignora que

-a TAP ´uma transportadora aérea europeia sujeita a regulação europeia que limita o Auxilio de Estado e, no caso da TAP, o exclui durante os próximos oitos anos,

-o interesse nacional é protegido por uma TAP competitiva e consolidada num dos três grandes grupos.

5.O problema que temos é o diretor do nosso semanário de referência [ou que era de referência] ser capaz de afirmar estes dislates.

E saí ser importante o desmontar o que diz.

 

Post da serie Análise crítica de algumas ideias e palavras correntes

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