Alcochete implica deslocação de milhares de trabalhadores e familias para Canha a 40km da vila de Alcochete

 

Para memória futura, guardo no blogue textos de combate publicados no Facebook.

Terceiro post sobre “O novo aeroporto de Lisboa ainda não existe, mas já está envolto em espesso nevoeiro”

É muito longo, mas fácil de ler e vale a pena ler. Juro!!!!

No NAL há um elefante na sala que o poder não quer ver nem quer que nós vejamos. É isto:

-“Alcochete implica criar, de raiz, aglomerado urbano que receba milhares de trabalhadores e suas famílias, serviços de apoio (rent a car, catering, segurança, etc.) e expansão por escritórios de empresas que ganham em estar perto do aeroporto.”.

1.O impacte humano desta deslocação massiva de pessoas toca na sagrada vidinha de cada um ir trabalhar em Canha, acabemos como eufemismo de Alcochete. Entre outros:

-muitos trabalhadores ganham o salário mínimo ou mesmo mais e têm alojamento desenrascado em Lisboa e subúrbios, onde alojam?

-muitas famílias têm um cônjuge a trabalhar no aeroporto e outra na cidade, com filhos em escola ou universidade, que fazer?

-outras estão a pagar casa e a sua mobilidade geográfica é uma miragem.

Temos curiosidade em saber como a Avaliação Ambiental Estratégica avalia a Sustentabilidade Social de Alcochete.

2.A competitividade de Portugal como País joga-se na faixa urbana litoral que vai para aí de Vigo a Setúbal.

O NAL e seu núcleo urbano em Canha não reforçam esta competitividade por, como muito bem disse João Cravinho (cito de memória) só se inserem no eixo Poceirão Caia, onde não há nada, ou Canha-Comporta que não o justifica.

Ver a entrevista em https://www.publico.pt/2022/08/26/politica/entrevista/joao-cravinho-aeroporto-margem-sul-escolha-saloia-passar-cabeca-2018499

Que dirá a AAE sobre Alcochete no critério Ordenamento do Território?

3.Construir de raiz um novo núcleo urbano implica considerável investimento público em infraestruturas e privado e em habitação e serviços.

Isto é, alocar novos recursos nacionais a investimento imobiliário, o que, no mínimo, faz a demissão de Costa e Silva.

Que dirá a AAE sobre Alcochete em Análise Financeira e Custo Benefício?

4.Por fim, o essencial

-receamos o pior da incapacidade provada do Estado Português em Planeamento Urbano e em mobilizar as enormes mais valias imobiliárias para financiar infraestruturas publicas de todo o conjunto,

-proprietários oportunistas de terrenos vão relançar o projeto da Cidade Aeroportuária de 2008 com referências irrealistas a Schipol ou Newark – não esqueci, fui orador na sessão que teve lugar nas instalações do ISEG em 2008 (ver exemplo em fotografia).

Não alinhamos na teoria da conspiração segundo a qual governo e PSD já acordaram isto e tudo farão para a AAE validar Alcochete.

Não alinhamos, mas ainda não encontrámos outra explicação para as influências que já nos vendem Alcochete.

Governo e PSD devem informar os portugueses sobre o que está em causa.

A política dos políticos não é transparente. Ainda menos o é a política dos que mandam nos políticos. E que não são os portugueses.

5.O Estado dispõe de um instrumento para termos bom Planeamento Urbano e mais valias imobiliárias a financiar as infraestruturas publicas, desde redes a escolas e posto médico:

-retira do Domínio Público para aí 400 hectares do Campo de Tiro de Alcochete durante 70 anos,

-promove um plano de urbanização (master plan) e organiza leilão de lotes, desde os de alojamentos a baixos custos aos do mercado.

6.Quem viver verá!

 

 

 

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