Introdução
A evolução
da receita de viagens e turismo da balança de pagamentos entre 1996/2014
ilustra o fio condutor e contextualiza a nossa observação (gráfico 1) do surto
de forte crescimento iniciado em 2009 e reforçado entre 2013/14.
Com efeito,
-entre
2009/14 a receita aumenta €3,5 mil milhões (50,5%), mas
-entre
2013/14 o aumento da receita é de €1,1 mil milhões (12,4%) e representa por si
só 32% dos €3.5 mil milhões de aumento entre 2009/14.
Estes dois
períodos ocorrem depois de crescimento sustentado entre 1996 e 2007, seguido de
estabilidade em 2008 e queda em 2009 por efeito directo da crise de 2008/2009.
Gráfico 1 – Receita e despesa de
viagens e turismo (1996/2014)
(€mil milhões)Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal – BPStat
Nota – O grafismo apenas permite uma casa decimal e
implica arredondamentos.
Esta é a justificação
-do foco da nossa observação ser o surto de
crescimento da receita de viagens e turismo entre 2009/2014 e sua aceleração
entre 2013/2014.
Como
acontece em outros posts sobre turismo na balança de pagamentos, a nossa
observação é condicionada pelas limitações do Blogue (1).
*Informação ao leitor
O presente
post
- é o
segundo de uma série de três (primeiro, segundo, terceiro) que consagramos ao Admirável
crescimento da receita de viagens e turismo,
Em Março de
2014 consagramos três posts à observação da Receita de Viagens e Turismo por
Mercado Emissor e enquadramos os números de 2013 na evolução entre 2003/2013 (aqui).
1.TOP 15 de países na
receita de viagens e turismo em 2014
*TOP 15 na receita de viagens e
turismo em 2014 e 2013
O gráfico 2
ilustra o TOP 15 dos países na receita de viagens e turismo em 2014 e a ser
comparado com o TOP 15 de 2013 (gráfico 3, analisado aqui).
Constatamos
alguma estabilidade nos países do TOP 15. Entre 2013/14,
-os quatro
principais mercados emissores com receita superior a €1.000 milhões continuam a
liderar o ranking,
-no grupo
dos mercados com receita superior a €400 milhões a Holanda ocupa o lugar do
Brasil,
-no grupo
dos Mercados emissores
com receita superior a €200 milhões, o Brasil substitui a Holanda e a Irlanda
ultrapassa a Suíça,
-no grupo
dos Mercados emissores
com receita superior a €100 milhões, a Noruega dá lugar à Suécia.
Em termos
quantitativos também encontramos estabilidade:
-o TOP 15
de 2014 representa 88,8% do total da receita do ano e o TOP 15 de 2013 89,5% do total,
-entre
2013/2014 o TOP 15 cresce 11%% e o total da receita 12,4%.
Gráfico 2 – TOP 15 de mercados emissores em 2014
(€milhões)
Gráfico 3 - TOP
15 dos mercados emissores em 2013
(€milhões)
*Mercados emissores no crescimento entre
2013/2014
O gráfico 4
ilustra o TOP 15 dos mercados emissores no crescimento entre 2013/2014. Observações:
-cinco
mercados têm crescimento superior a €100 milhões: os quatro principais mercados
(Reino Unido, França. Espanha, Alemanha) e Angola,
-cinco
mercados têm crescimento superior a €30 milhões: Bélgica, Holanda, Irlanda,
Moçambique e Suíça.
Gráfico 4 – TOP 15 no crescimento em
valor entre 2013/14
(€milhões)
O gráfico 5
ilustra o crescimento entre 2013/2014 e em percentagem dos oito mercados
emissores mais importantes do TOP 15 anterior.
Gráfico 5 – Mercados com maior
crescimento em percentagem
(percentagem)
*Mercados com maior descida em valor
entre 2013/14
O gráfico 6
mostra os mercados com maior descida entre 2013/14. Na cauda estão Brasil,
Venezuela e EUA, com a recuperação de Brasil e EUA a exigir atenção especial. Depois,
temos três países nórdicos: Noruega, Finlândia e Dinamarca e por fim, Japão,
Áustria e Canadá.
Gráfico 6 – Mercados emissores com
maior descida entre 2013/14
(€milhões)
*Estabilidade do TOP 15 de mercados
emissores em 2014 e 2003
O gráfico 7
ilustra o TOP 15 dos países na receita de viagens e turismo em 2003.
Gráfico 7 – Receita de viagens
turismo – TOP 15 em 2003
(€milhões)
Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal – BPStat
A
observação deste gráfico e do TOP 15 de 2014 (gráfico 2) identifica tripla
estabilidade
-dos países
do TOP 15: em 2014 e em relação a 2013 apenas o Luxemburgo substitui o Japão,
-do
crescimento entre os valores em 2003 e 2014 da receita total do TOP 15 (cresce
75%) e da receita total do País (cresce 78%),
-da parte
dos países do TOP 15 no total da receita: de 90% em 2003 a 89% em 2014.
2.Mercados emissores no crescimento
da receita entre 2009/14
*TOP 15 dos mercados emissores no
crescimento entre 2009/14
O surto de
crescimento da receita de viagens e turismo entre 2009/14 levanta uma questão
prévia sobre se também resulta de alteração na metodologia da estimativa –
retomamos esta questão no terceiro post.
O gráfico 8
ilustra o TOP 15 dos mercados emissores que geram mais crescimento da receita
entre 2009/14 e 2013/2014.
Gráfico 8 – TOP 15 dos países no
crescimento entre 2009/2014
(€mil milhões)
A receita
cresce €3.4861 milhões entre 2009/2014 (50,5%) e €1.144 milhões entre 2013/14
(12,4%). O crescimento entre 2013/2014 reforça o surto de crescimento iniciado
em 2009 e passamos da sustentabilidade do surto
para sabermos se o ritmo de 2013/2014 se mantém.
*crescimento entre 2013/14 no
crescimento entre 2009/14
O gráfico 9
ilustra, a percentagem do crescimento 2013/14 no crescimento entre 2009/14 e o
gráfico 10 a parte em valor deste crescimento.
Gráfico 9 – Percentagem do
crescimento 2013/14 no de 2009/14
(percentagem)
Gráfico 10 – Valor do crescimento
2013/14 no de 2009/14
(€milhões)
Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal
– BPStat
Ficamos com
uma primeira ideia do grupo de mercados emissores que combinam crescimento em
percentagem e em valor e que mais podem contribuir para o crescimento da
receita de viagens e turismo. Parece estranho, mas dois dos países que conhecem
as maiores descidas entre 2013/14 (Brasil e EUA) devem também figurar neste
grupo.
A Bem da
Nação
Lisboa 13
de Abril de 2015
Sérgio
Palma Brito
Notas
(1)Actualizamos
opiniões já expressas em 2014 sobre o mérito (algum há de ter)e limitações do
Blogue no caso particular da receita de turismo na balança de pagamentos:
-os textos
publicados situam-se ao mero nível descritivo, e daí utilizarmos ‘observação’ e
não ‘análise’,
-a nossa
falha reside mais na falta de ‘informação do terreno’ do que na não utilização de
modelos estatísticos sofisticados sobre quantificação limitada, que também são
necessários,
-a
inexplicável ausência e/ou divulgação de estudos profissionais sobre um assunto
cuja importância é inegável.
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