António Costa vítima de informação errada sobre a SAS


Na entrevista de 6 de Maio a José Alberto de Carvalho e a propósito da recapitalização pública da TAP, António Costa cita o exemplo da SAS:

-“Devia ser esgotada em Bruxelas a possibilidade de uma capitalização pública. Isso não foi feito mas ainda recentemente a Comissão Europeia autorizou a SAS, empresa escandinava, a fazer um reforço público” (aqui).

Nesta informação há dois erros graves, só explicáveis por incompetência de quem assessora o leader do Partido Socialista (1).

Corrigimos o erro por respeito a António Costa e aos nossos leitores e porque é muito mais importante do que podemos pensar:

-não só a SAS não recebeu ajuda do estado, como foi salva da falência porque pilotos e pessoal de cabine aceitaram redução de salários e outros benefícios.

 

*A SAS não recebeu ajuda do estado

O já conhecidíssimo folheto de divulgação publicado pela Comissão em Maio de 2014 é claro:

-“a SAS não recebeu ajuda do Estado” [SAS did not receive any tate aid] (2).

Sublinhamos que esta informação figura num folheto e não num daqueles relatórios da eurocracia que são muito difíceis de ler.

*SAS salva da falência com redução de salários e outros benefícios de pilotos e pessoal de cabine

A realidade ainda é mais diferente. No final de 2012, os accionistas da SAS (50% do capital é detido pelos estados da Dinamarca, Suécia e Noruega) estão perante um dilema

-o financiamento indispensável à sobrevivência da empresa só é concedido se pilotos e pessoal de cabine aceitarem reduções de salários até 15%, mais flexibilidade nas regras de trabalho e uma forma de contenção das pensões pagas pela empresa,

-no outro lado da balança está a falência e a perda imediata de 15.000 postos de trabalho.

Accionistas, gestores e oito sindicatos chegam a este acordo, apesar de serem acusadas de romper com a tradição escandinava de negociação colectiva (3).  

Qualquer semelhança com a TAP não é pura coinjcidência.

A Bem da Nação

Lisboa 7 de Maio de 2015

Sérgio Palma Brito

 

Notas

(1)Este texto é parte de um post detalhado sobre a Capitalização da TAP pelo accionista estado, a publicar brevemente.

(2)State aid for airline restructuring: Does it give you wings?


(3)A Bem da Nação, disponibilizamos as nossas notas de trabalho, todas com base no arquivo do Financiakl Times online.

30 de outubro de 2012

SAS plans $453m cuts and assets sale

A venda de activos deve gerar o mesmo valor dos cortes.


12 de Novembro de 2012

SAS warns of ‘final call’ for survival

SAS warned workers on Monday that they had six days to agree to swingeing cuts in pay and pensions or else perennially lossmaking Scandinavian airline could loose its fight for survival.

SAS wants to cut 40% pf its workforce either through redundancies or by selling businness and asking its remaining staff to take a pay cut up to 15% and move to defined contribution pensions.

Os três governos e os financiadores “had given their backing to a new $519 credit facility but only if workers agree to new terms”.


13 de Novembro de 2012

SAS tops European airline critical list

-CEO Rickard Gustafson: “This is not just me playing hard ball: this is the brutal reality we are facing. But we have got a chance”,

-The capital from two right issues in 2009 and 2010 has been spent and the main shareholders have said there will no more.


16 de Novembro de 2012

SAS survival hangs on a crew pay deal

Os bancos acordaram dar o crédito necessário à sobrevivência da SAS com a condição do pessoal da SAS nos três países “signing of up to 15% and pension changes.”.


19 de Novembro de 2012

SAS averts bankruptcy as cews agents cuts

In a marathon negotiation session that lasted from Sunday morning until Monday afternoon, the company managed to convince one union after another to go along with the deal [oito sindicatos].

A SAS pode receber o crédito bancário com a condição de “pilots and cabin crew signing up to new working contract involving pay cuts and more flexible working patterns.


19 de Novembro de 2012

Legacy airlines struggle amid competition

Síntese sobre IAG (BA, Iberia), KLM/AF e Lufthansa


21 de Novembro de 2012

Swedish tycoon defends SAS move

Jacob Wallenberg, Sweden’s leading industrialist, has defended SAS from fierce criticism from trade unionists that the Scandinavian airline broke with the Nordic tradition of collective bargaining during restructuring.

“You can ask if it is legitimate or not. If this is the way that we can save the company and make sure 15.000 empoyees don’t loose their jobs overnight then is very legitimate.”.


22 de Novembro de 2012

Chapter 11 might have lent wings to SAS

Síntese sobre aplicação do Chapter 11 na Europa. Nos EUA, todas as grandes companhias (excepto a low cost Southwest Airlines) passaram por este mecanismo de recuperação de empresas e puderam continuar a voar, aliviadas de parte considerável do custo dos salários e pensões do pessoal.



 

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