Este Post é
apoiado pelo Documento de Trabalho “Base Aérea de Beja: Novas Utilizações Que
Criem Valor Para a Cidade, a Região e o País” . No Documento estão explicadas e/ou justificadas as afirmações do presente Post.
https://docs.google.com/document/d/17RwjVsI4MwCmNZJfH4hojQwH3qRdQHtfmTpryP5kRVw/edit#
Þ Criar
Valor Com Novas Utilizações da Base Aérea e Corrigir o Erro do “Aeroporto de
Beja”
Em Beja, a prioridade do Governo é uma política forte e
consistente, com apoio profissional para
·
atrair para a Base Aérea, as Novas Utilizações que possam
gerar procura sustentável, de modo a criar valor para a Cidade, a Região e o
País?
Esta prioridade implica corrigir o Erro do “Aeroporto de
Beja”:
·
dar prioridade ao tráfego aéreo de passageiros, sem
procura/oferta reais e que o próprio Mercado já corrigiu: em 2012, nem com
inaceitáveis apoios públicos é possível repetir a cadeia de voos charter
de 2011, em que centenas de milhares de euros conseguem taxa de ocupação
inferior a 50% e menos de 400 passageiros desembarcados.
O Governo não está em terreno virgem
·
por esse mundo fora, foram desactivadas inúmeras
bases aéreas, umas com reutilizações úteis, outras meras ruínas animadas por
esporádicos cenários de filme – há muito por onde aprender,
·
por essa Espanha fora, abundam aeroportos
encerrados, de utilização fantasma ou
deficitários, apesar tráfego de algumas centenas de milhares de passageiros –
há aeroportos com centenas de milhares de passageiros e que são estruturalmente
deficitários (Link).
Mais de vinte anos depois das primeiras ideias sobre um
aeroporto em Beja, ultrapassadas as mais variadas ilusões, feitas as mais
bondosas ou as menos profissionais das propostas, é tempo de reconhecer
·
a criação de valor por Novas Utilizações da Base
Aérea, passa por caminhos diferentes dos do passado, que apenas nos conduziram
ao impasse actual.
Þ Intervenção
Politica Fraca e Inconsistente do Actual Governo
Em 2009 e no seguimento do Plano Estratégico de Transportes
2008/2010, o Governo de José Sócrates integra o “Aeroporto de Beja” na Rede
Aeroportuária gerida pela ANA. Podemos discordar da decisão (é o nosso caso),
mas temos de reconhecer a sua força.
A intervenção política do actual Governo é marcada pela fraqueza
e inconsistência.
O Programa do actual Governo prevê a privatização da ANA,
mas é omisso sobre a integração do “Aeroporto de Beja” na Rede Aeroportuária
definida legalmente.
Em Setembro de 2011, o Plano Estratégico de Transportes,
Mobilidade Sustentável, Horizonte 2011/2015
·
exclui o “Aeroporto de Beja” da lista dos sete
aeroportos, em que a ANA “desenvolve a sua actuação” e que serão o enxoval da ANA
a privatizar,
·
é omisso sobre o modelo da futura gestão do
“Aeroporto de Beja”,
·
permite que, na Primavera de 2012, a ANA
continue a anunciar um futuro brilhante para o crescimento do tráfego de
passageiros neste aeroporto.
Depois, o Governo toma quatro decisões que insistem em erros
que, desde 1990, inviabilizam as Novas Utilizações da Base Aérea de Beja:
·
manter no Plano Regional de Promoção Turística
Para 2012 [aprovado em 21.12.2011] verbas
excessivas de Promoção Turística e Apoio a Charters, reforçando o erro da
“cadeia de voos charter de 2011”,
·
a inverosímil concessão à ingenuidade das
“forças politicas locais”, ao incluir Beja no leque das escolhas do Portela+1,
quando esta hipótese fantasista devia ter sido liminarmente excluída,
·
em Dezembro de 2012, o anúncio de uma
intervenção baseada nas “forças politicas locais” e sem clara componente
profissional, quando, propõe criar um grupo de trabalho para “encontrar
soluções de consenso dos diversos autarcas, agentes económicos e das forças
politicas” do Baixo Alentejo “no sentido de encontrarmos um modelo de
desenvolvimento comum”,
·
em fim de Maio de 2012, o Governo ainda está a
finalizar o “Despacho criador” do Grupo de Trabalho.
Omissão sobre modelo profissional de gestão do “Aeroporto”,
propostas irresponsáveis da ANA, desperdício de fundos públicos no apoio a voos
charter insustentáveis, não ser pedagógico ao excluir Beja de Portela+1,
recurso a “grupo de trabalho” sem forte componente profissional e mais de seis
meses para aprovar o “Despacho criador”, ao todo são seis manifestações de
intervenção política fraca e inconsistente.
O actual Governo insiste num mostruário das práticas
erradas do passado e não decide sobre o essencial:
·
que Novas Utilizações da Base Aérea podem gerar
procura sustentável, de modo a criar valor para a Cidade, a Região e o País?
Þ Intervenção
Política Forte e Consistente do Governo
As novas utilizações da Base de Beja, incluindo o Terminal
Aéreo, exigem uma intervenção política forte e consistente
do Governo. O sublinhado resulta de, como vimos, a intervenção política do
Governo ter vindo a ser fraca e inconsistente.
A intervenção política forte e consistente, indispensável ao
sucesso das Novas Utilizações da Base Aérea de Beja, integra os seguintes
elementos;
·
escolher uma entidade existente, que Assume as
Responsabilidades e Presta Contas pela condução de todo processo,
·
o Governo aprova os poucos critérios e
parâmetros sensíveis das novas utilizações, com base em proposta elaborada por
essa entidade,
·
com base nestes critérios e parâmetros, esta
entidade, com apoio profissional de alto nível, procede a procura
internacional de candidatos a uma Concessão da Base Aérea de Beja, durante 70
anos (idealmente 99 anos, se a Lei o permitir).
Os critérios e parâmetros desta Concessão devem
·
privilegiar a garantia do investimento, da
sustentabilidade do negócio e da criação de valor para Cidade,
Região e País,
·
excluir a óptica de importante pagamento inicial
ou de renda elevada, que acabem por dificultar a sustentabilidade do negócio
·
admitir que o Concessionário venha a beneficiar
de apoios ao investimento, a definir nos termos da Lei.
Partimos do principio que a Privatização da ANA
·
não inclui a instalação de Novas Actividades na
Base Aérea de Beja,
·
permite que, entre essas actividades, figure o
tráfego civil de passageiros,
·
não exclui nem obriga a ANA privada a vir a ser
a concessionária da Exploração do Terminal Civil, negociando com a
concessionária da Base Aérea de Beja.
A diferença entre esta Metodologia e os porfiados e vãos
esforços dos últimos mais de vinte anos, reside
·
na força e consistência da intervenção do
Governo, na capacidade da entidade existente que Assume Responsabilidades e
Presta Contas, na mobilização dos profissionais capazes de, no vasto mundo dos
negócios, encontrar quem queira investir em Beja e na vontade do Governo em
facilitar a implementação da solução escolhida.
Por outras palavras, há que ter a consciência
·
de não ser fácil encontrar empresas que venham
investir em Beja – temos de estar conscientes desta fraqueza,
·
que estas só investirão, se o benefício da
utilização das infra-estruturas existentes e do clima da Região (para aeronaves
voarem) compensar os custos de instalar actividades e pessoas em Beja.
Quer isto dizer que a Base Aérea pode continuar como tem
estado e não conhecer as Novas Utilizações?
·
Pode, sim senhor! Nada garante o sucesso dos
esforços, mesmo os mais competentes e profissionais, para atrair as Novas
Utilizações de que falamos.
Þ Corrigir
o Erro do “Aeroporto de Beja”
Designamos por “Aeroporto de Beja” a exploração de trafego
aéreo comercial de passageiros no actual Terminal Civil, iniciada no Verão de
2011 e caracterizada por
·
exploração pela ANA, SA, com base em orientações
políticas, assente na Subsidiação Cruzada de Aeroportos, sem respeitar as
Recomendações do ICAO sobre Transparência,
·
subsidiação, aparentemente excessiva e
insustentável (pela ANA, Turismo de Portugal e Agência Regional de Promoção
Turística), de operações de voos fretados,
·
previsões irrealistas de tráfego aéreo,
anunciadas pela ANA, SA, com base em Estudo, considerado Segredo Comercial.
É a “este” aeroporto que nos referimos no
Post/Desabafo/Manifesto:
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8381469252712151952#editor/target=post;postID=4833723972875996613
O presente Documento de Trabalho visa, em boa parte, dar
base sólida ao nosso Manifesto/ Desabafo, cuja crueza pode ter chocado muitos
alentejanos.
Hoje, está em causa, Corrigir o Erro do “Aeroporto de Beja!”,
de modo a
·
evitar o desperdício de fundos públicos (Estado,
ANA e Fundos Comunitários) com os “charters para Beja” e Promoção Turística
Associada
·
que se perca o foco na realidade da Procura para
a Oferta real do Turismo do Alentejo: o Museu de Beja está em risco de fechar e
a Oferta seria mais qualificada e competitiva, com trinta e tal milhões de
euros investidos na valorização do Património e não no Terminal Aéreo,
·
evitar que as Pessoas Boas da Cidade e da Região
continuem a iludir-se e a ser iludidas com propostas amadoras e/ou fantasistas
– a mais recente é Beja ser opção para Portela + 1,
·
reconhecer que estamos perante um “não
aeroporto”, ovo goro de que nenhuma galinha fará sair um pinto,
·
último e mais importante, nos concentrarmos na
acessibilidade aérea ao Alentejo assegurada por Lisboa e, em certos casos, por
Faro – onde aterram voos oriundos de muitas dezenas de aeroportos de origem de
turistas potenciais,
·
questionarmos a proposta da ANA, segundo a qual,
no ano 2031, haverá no Alentejo “um aumento estimado de quase 80 mil camas”,
das quais 43 mil “num raio de 50 quilómetros em redor do aeroporto e da cidade
de Beja”.
Þ Acessibilidade
Aérea à Oferta de Turismo do Alentejo
Em futuro Post, explicamos como a Oferta real do Turismo do
Alentejo
·
resulta da Acessibilidade Rodoviária, em si e
com base nos aeroportos de Lisboa e Faro – o futuro passa por desenvolver o
potencial inexplorado da acessibilidade aérea por estes aeroportos,
·
é uma Oferta dispersa e ligeira, com núcleos de
concentração em algumas cidades,
·
entre outros, assenta na Valorização de um
Património Histórico, que exige a prioridade e o financiamento que não tem,
·
não tem nem escala nem concentração para
justificar um Aeroporto em Beja, mesmo assumindo um cenário de crescimento
superior ao aceitável
·
não assentará, no futuro previsível, em grandes
Resorts de Hotelaria, Golfe e Imobiliária Turística, dispersos em Espaço Rural.
Nesse Post explicamos também como
·
o insucesso na promoção de Resorts e Campos de
Golfe, no Alentejo, não é apenas consequência da “Crise”, mas resultado de
factores das Paisagens Natural (clima) e Cultural,
·
o mais optimista dos cenários previstos para o
desenvolvimento de Resorts (estudo da ANA, da Primavera de 2011) só em 2031
apresenta a massa crítica susceptível de justificar um Aeroporto,
·
este cenário é um remake optimista do cenário, já então ilusório, das Orientações
Estratégicas Para o Sistema Aeroportuário Nacional, de 2006 .
Þ Escutar
a Sociedade Civil, Não a Iludindo, Nem Deixando Que Ela se Iluda
Quando propomos uma intervenção politica forte e consistente
do Governo e definimos uma Metodologia marcada pelo rigor e profissionalismo,
estamos conscientes de duas realidades:
·
sem esta ruptura e continuando com os processos
e métodos do passado, não haverá Novas Utilizações nos 809 hectares da Base
Aérea de Beja,
·
importa, de facto, “encontrar soluções de
consenso dos diversos autarcas, agentes económicos e das forças politicas” do Baixo
Alentejo, como o Governo propõe em Dezembro de 2012, mas num quadro de
intervenção politica forte e consistente, marcada pelo rigor e profissionalismo.
Damos (alguns) exemplos do que não pode voltar a
acontecer
·
ao longo de anos, muita e boa gente fala de
carga aérea, charters e low cost, sem a mínima fundamentação técnica e quando é
sabido não haver mercado sustentável – alguém iludiu alguém e alguém se deixou
iludir,
·
recurso a noções bonitas e sem fundamento, como
“triângulo Sines, Aeroporto, Alqueva” ou “Beja, alternativa/complemento a
Portela e Faro”,
·
com Faro impedido, como aconteceu há meses,
“deslocar para Beja o tráfego aéreo”, quando este vai para onde as companhias
decidem: aeroportos com infra-estruturas e serviços capazes,
·
“charters para a Ovibeja”, sem esclarecer a
falta de sentido da proposta,
·
propostas como a de incluir Beja no painel do
Portela+1,
·
notícias não fundamentadas sobre actividades e
empresas que se querem instalar em Beja.
Uma última questão a pôr e cuja resposta pode ser dura:
·
o que falta a Beja, para que actividades
económicas se instalem na Base Aérea Reutilizada e os seus quadros para Beja
venham viver?
Þ Chega
de Palavras e de Propostas Irrealistas, Passemos à Acção
O conjunto das Novas Utilizações da Base Aérea de Beja é um
Caso de Estudo, de como Governo/Administração/Sociedade Civil perdem anos e
anos, na incapacidade de passar de uma Ideia a um Projecto e deste a uma
Actividade Económica sustentável.
O chamado “Aeroporto de Beja” é exemplo de como uma miragem
pode iludir a visão das pessoas e permitir que passem ao lado da realidade.
Propomos um futuro marcado por:
·
dar toda a prioridade à procura de Novas
Utilizações para a Base Aérea de Beja,
·
permitir a utilização do Terminal Aéreo, no
quadro destas Novas Utilizações, sempre que a Procura/Oferta o justifique.
No Documento de Trabalho apresentamos uma síntese dos cerca
de vinte anos de porfiados e vãos esforços e a explicação e/ou justificação das
afirmações do Post.
Qual a utilidade deste percurso pelo passado? É muita, se as
pessoas forem modestas e tiverem bom senso. Damos dois exemplos:
·
o essencial da metodologia da Intervenção
Politica Forte e Consistente que propomos, já foi dito pelo então Ministro João
Cravinho, em Dezembro de 1998,
·
a leitura das agruras de tantas iniciativas
amadoras, de politicas fracas e de Grupos de Trabalho inoperantes, pode
contribuir para o Governo corrigir, rapidamente, a Politica Fraca e
Inconsistente, cujo ícone é a embrulhada em que se meteu, com o Grupo de
Trabalho que, passados mais de seis meses, ainda não foi criado.
A Bem da Nação
Albufeira 28 de Maio de 2012
Sérgio Palma Brito
Þ Nota
Pessoal: Açoitado no Pelourinho de Messejana ou Debater Propostas?
Permitam-nos uma nota pessoal:
·
ilustrámos qual é o “Aeroporto de Beja” com o
qual propomos “acabar de uma vez para sempre”, a Bem da Nação,
·
não transigimos com sonhos em base real, por
muito penoso que seja o acordar das Pessoas Boas,
·
abrimos a via da intervenção politica forte e
consistente, apoiada por profissionais qualificados, de modo a instalar Novas
Actividades na Base Aérea de Beja e criar valor para a Cidade, a Região e o
País.
Temos a consciência de estarmos a desmontar uma Ideia, mais
do que um Projecto, que tem sido formada e acarinhada, desde há cerca de vinte
anos, por alentejanos das mais variadas origens e condições.
Quase todos eles são o que designamos por Pessoas Boas, que
apenas desejam o progresso da sua Cidade, Região e País. Para a grande maioria
delas, a nossa posição é chocante. É chocante, mas é a verdade.
Mais concretamente ainda, temos a consciência de
·
estarmos a contrariar pessoas que muito
estimamos e dão o seu melhor para que o Turismo do Alentejo se desenvolva, em
particular na Entidade Regional e na Agência Regional de Turismo,
·
no “mundo do Turismo Português” haver forte
tradição de conflitos de egos e de pessoas e não de debates de ideias –
poderemos perder amigos, quando apenas esperamos debater ideias.
Quem personaliza as
questões e não aceita debater alternativas, castiga e/ou ostraciza o
mensageiro, porque a mensagem não agrada. Se nos quiserem castigar, escolhemos
ser açoitados no Pelourinho de Messejana, ali bem perto da praia. Se nos
quiserem ostracizar, escolhemos Penamacor … por já lá termos estado.
O desafio positivo, concreto e amigo, está lançado:
·
vamos ou
não encarar a dura realidade dos factos e, a partir dela, criar novas
utilizações da Base Aérea, a bem de Beja, do Alentejo e de Portugal?
2012.05.28.Aeroporto.Beja.PostNo Documento estão explicadas e/ou justificadas as afirmações do presente Post.
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