Este post é
o oitavo de uma série de oito (I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII) sobre
a Procura pela Oferta de Turismo de Portugal no Mercado Emissor do Reino Unido com base no
International Passenger Survey (Aqui). A série de posts encerra com uma
Síntese e a edição PDF da versão adaptada de todos os posts, ambas a publicar
brevemente. Sugerimos a leitura prévia da Introdução à Série (I).
No presente
Post observamos dois temas:
-a
repartição das dormidas de residentes no reino unido em deslocação a Portugal
entre alojamento turístico classificado e não classificado,
-dinâmicas
económicas e sociais na origem da utilização do alojamento turístico não classificado.
7.1.Alojamento turístico
classificado e não classificado – dormidas
*Duas quantificações das dormidas
O gráfico 7.1
ilustra a evolução das dormidas de residentes no Reino Unido durante
deslocações a Portugal, segundo o IPS e o INE. O Gráfico 7.1 resulta
-do IPS
estimar o número de dormidas de residentes no Reino Unido em todo o alojamento
turístico em Portugal,
-o INE
estimar o número de dormidas no alojamento turístico classificado nos termos do
Regime Jurídico em vigor.
A diferença
entre as estimativas do IPS e do INE dá o número de dormidas no alojamento
turístico não classificado. Apesar de possíveis margens de erro, é possível
afirmar:
-as
dormidas no alojamento turístico não classificado são superiores às no
alojamento classificado e explicam a evolução do total de dormidas.
Gráfico 7.1
– Dormidas de residentes no Reino Unido no alojamento classificado e não classificado
(milhares)
O gráfico
7.2 ilustra a evolução da percentagem de dormidas no alojamento turístico não
Classificado em relação ao total de dormidas. Esta percentagem
-cresce
significativamente entre 2006/2010, aparentemente ligada ao crescimento do independent
travel em companhias low cost,
-diminui a
partir de 2011, aparentemente ligada ao crescimento do package holiday em
inclusive tour e no alojamento classificado.
Gráfico 7.2 – Dormidas no alojamento
não classificado em percentagem do total de dormidas
(Percentagem)
O gráfico
7.3 ilustra a evolução das dormidas em deslocações de package holiday para
Portugal e dormidas no alojamento classificado. Comentários:
-até 2004,
as deslocações de package holiday parecem ocupar alojamento não classificado,
-entre
2004/2008, as dormidas no alojamento classificado parecem ter evolução
independente das deslocações em package holiday,
-a partir
de 2008, as dormidas de package holiday têm queda mais forte entre 2008/2009,
seguida de recuperação mais forte até 2013.
Gráfico 7.3 – Dormidas de package holiday
e no alojamento classificado
(milhares)
Fonte: Elaboração própria com base em Office of
National Statistics – International Passenger Survey e INE – Estatísticas do
Turismo
*Despesa e receita – uma sugestão
O gráfico 7.4 compara a despesa
por residentes no Reino Unido em deslocações a Portugal estimada pelo IPS (em libras),
com a receita de viagens e turismo estimada pelo Banco de Portugal (em euros).
Deixamos sugestão ao leitor
mais interessado
-refazer o gráfico 7.4 numa só
moeda e avaliar a coerência das estimativas do IPS e do Banco de Portugal.
Gráfico 7.4 – Despesa segundo o IPS
e receita de viagens e turismo segundo o Banco de Portugal
(Libras e Euros)
7.2.Nota Sobre a Utilização do Alojamento
Turístico Não Classificado
*Dinâmicas económicas e sociais
Recordamos dinâmicas
económicas e sociais na origem de dormidas no alojamento não classificado:
-residentes
no Reino Unido adquirem residência secundária em Portugal e geram dormidas quando
a utilizam por conta própria, arrendam a turistas ou recebem visitas de
familiares ou amigos,
-a crescente
comunidade naturais do Reino Unido, activos ou reformados, que têm residência
permanente em Portugal e recebem visitas de familiares e amigos residentes no
Reino Unido,
-a
crescente emigração de portugueses para o Reino Unido tem tendência a gerar
número crescente de visitas a familiares ou amigos em Portugal.
*Deslocações da emigração aos países
de origem
O Gráfico
7.5 ilustra a evolução das deslocações ao estrangeiro por residentes no Reino
Unido que são cidadão nacionais dos países de destino:
-a ordem de
grandeza das deslocações para Itália, Espanha, Portugal e Grécia parece fazer
sentido com a antiguidade da emigração e escala de cada um dos países,
-os números
ainda são modestos e no caso de Portugal e Grécia, há ligeiro abrandamento em
2013.
Gráfico 7.5 – Deslocações da emigração
para países de origem
(milhares)
*Deslocações por motivo de visita a
familiares e amigos
O Gráfico
7.6 compara as deslocações a Portugal de emigrantes portugueses residentes no
Reino Unido, e de residentes no Reino Unido por motivo de visita a familiares e
amigos.
A maior
parte das deslocações de emigrantes portugueses é um subconjunto das
deslocações no Reino Unido por motivo de visita a familiares e amigos. A
diferença entre dá uma ideia sobre o número de Residentes no Reino Unido que
não são de nacionalidade portuguesa e se desloca a Portugal em VFA.
Gráfico 7.6 – Deslocações por visita
a familiares e amigos e de emigrantes portugueses
(milhares)
Por fim e para enquadrar o que
acabamos de observar, o gráfico 7.7 ilustra a evolução do índice das
deslocações a Portugal de residentes no Reino Unido com detalhe por motivo de deslocação.
Há uma evidência a reter:
-apesar da ainda pouca importância
das deslocações por VFA (em 2013 são 10,8% do total), o ritmo de crescimento
deve ser tido em conta.
Gráfico 7.7 – Índice das deslocações a
Portugal por motivo
(1999=100)
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