Este Post é apoiado pelo Documento de Trabalho Identificar, Quantificar e Posicionar a
Economia do Turismo (Link). Apesar do Documento ser longo e de leitura por vezes árdua, nele estãojustificadas muitas das afirmações do Post.
a)Diagnóstico
Actual, com Lamurias e Dilemas Antigos
Þ Abril
2012: Manuela Ferreira Leite e Luís Patrão
Na Conferência da Universidade Católica, Manuela Ferreira
Leite e Luís Patrão “defenderam que a política económica esquece o sector do
turismo” (1). Para MFL, o turismo “integra
os motores fundamentais do desenvolvimento económico”, mas é “marginalizado
pela política económica”. LP “Lamentou a falta de preocupação do Governo com o
sector”. É significativo que,
·
ambos mencionem
“o sector do turismo”, quando a contribuição do turismo para a economia
não pode ser tratada como a de um “sector”,
·
MFL não tenha respondido à questão: o que me
levou a esquecer e marginalizar do “sector do turismo”, quando fui governante?
·
LP critique o Governo, mas não responda à
pergunta: quais os erros do Governo anterior e do Turismo de Portugal, para
estarmos onde estamos?
Este diagnóstico, a exemplo de muitos outros, rumina
problemas já conhecidos e não é seguido de propostas concretas para a acção.
Þ 1985:
Diagnóstico Pelo Secretário de Estado Licínio Cunha
Para entendermos o que está em causa, recuamos a 1985, no
início do Governo de Aníbal Cavaco Silva, quando o Secretário de Estado Licínio
Cunha afirma:
·
“Sistematicamente marginalizado, quando não
totalmente ausente, nas políticas económicas seguidas por todos os anteriores
governos, ao turismo tem sido sempre reservado um papel subalterno e o
relevo que lhe tem sido atribuído tem resultado quase exclusivamente, do
reconhecimento do seu contributo para a solução dos problemas da balança de
pagamentos o que tem minimizado a sua importância [o sublinhado é nosso]. As consequências são evidentes adopção de
medidas que prejudica, o turismo, desenvolvimento de políticas sectoriais sem
consideração pelas implicações ou repercussões sobre o sector, politicas
monetárias e financeiras sem cuidar das particularidades e especificidades de
turismo, e outras bem conhecidas e sentidas por todos nós.” (2).
A avaliação de Licínio Cunha deve ser compreendida à luz de
opções ainda actuais:
·
o contributo do Turismo para a solução dos
problemas da balança de pagamentos só terá “minimizado a sua importância”,
·
“Todo o esforço de desenvolvimento turístico
terá como pressuposto a participação das populações locais”, principio
entendido como serem “as regiões ou as localidades com o seu património
natural, a sua cultura e as suas tradições” que “fornecem o suporte” e “sofrem
o impacto do desenvolvimento do turismo” – a visão quase romântica de uma
procura/oferta ligeira de turismo, espalhada harmoniosamente pelo País.
Esta é uma das raízes da Politica de Turismo Tradicional,
que minimiza a Importância Quantitativa das Receitas do Turismo na Balança de
Pagamentos e privilegia a Importância Qualitativa do “sector do Turismo”.
Þ 1964:
O Dilema e a Prioridade
Em 1985, Licínio Cunha rompe com prioridade definida em 1964.
Quando está em causa justificar a afectação dos recursos públicos disponíveis a
investimentos turísticos, face a propostas de outros sectores da economia, a
prioridade definida é diferente (3):
·
“A importância das receitas turísticas para o
equilíbrio da balança de pagamentos é de tal ordem que só si ela poderia
justificar uma alta prioridade para os investimentos turísticos.”.
·
“houve um
critério que esteve sempre presente: o de que se deve dar prioridade às medidas
destinadas a fomentar o turismo de estrangeiros, mesmo quando isso implique um
certo sacrifício nas actuações orientadas no sentido do turismo interno.”.
·
“Há que analisar se o desenvolvimento
turístico pode, de alguma forma corrigir o desequilíbrio espacial da economia
metropolitana ou se pelo contrário tenderá a agravá-lo […] O turismo não
pode ser a panaceia para curar todos os males do desequilíbrio económico
regional. […]. Tudo leva a crer que os turistas estrangeiros continuarão a
manifestar a sua preferência pela orla marítima, e não se pode pensar, com base
em critérios de planeamento regional, em desviá-los para outras zonas do País
onde mais se pretenda acelerar o progresso económico se essas zonas não tiverem
atractivos suficientes para lhes oferecer.” [o
sublinhado é nosso] .
Em 1964, a opção da prioridade à Importância Quantitativa,
face à Alternativa Qualitativa, tem origem na evolução recente da economia e
sociedade do País. Na década de 1950, começa o crescimento intenso das áreas
urbanas de Lisboa e Porto, consequência do seu desenvolvimento e causa do êxodo
rural – a emigração reforça este processo. Em 1964, já está em causa avaliar “O
Turismo e o Desenvolvimento Económico Regional”, origem da proposta política
futura do Turismo ser instrumento para Corrigir os Desequilíbrios do
Desenvolvimento Regional.
b)Quadro
Conceptual e Um Mínimo de Quantificação
Þ Da Opção da Politica de Turismo à Economia do
Turismo
As normas oficiais sobre a elaboração de Estatísticas e
Conta Satélite do Turismo são bem mais vastas do que o conceito de Turismo da
Politica Tradicional. Dão-nos noção rudimentar, mas suficiente, do quadro
conceptual que explica a necessidade de passarmos para o conceito ainda mais
vasto de Economia do Turismo.
Em todas estas normas,
a avaliação da “the economic contribution of tourism industry” (4) resulta de duas aproximações:
·
“As
a demand-side phenomenon, the economic contribution of tourism has to be
approached from the activities of visitors and their impact on the acquisition
of goods and services”,
·
“it
can also be viewed from the supply side, and tourism will then be understood as
a set of productive activities that cater mainly to visitors for wich an
important share of their main output is consumed by visitors” (5).
A opção da Politica de Turismo Tradicional assenta na visão
“supply side”. Nesta opção Portugal vai mais longe e opta por uma via, possível
nas Maldivas ou na Republica Dominicana, mas inadequada à Oferta de Turismo do
País. Com efeito Portugal não é o único país onde a Politica de Turismo
Tradicional define um conceito redutor de Turismo, com base em Actividades
Turísticas Definidas Legalmente:
·
“Short-term
accommodation services are considered so important for tourism that many countries
consider the establishments providing food and beverage services and travel
agency services as constituting their whole tourism industry [o sublinhado é
nosso].” (6).
A Identificação da Economia do Turismo [ver a seguir], retoma e alarga “a demand-side phenomen”.
Não é excessivo pensar na analogia com a The Marketing Myopia (7):
·
a Politica de Turismo tradicional considera que
que o Turismo está no mercado dos Estabelecimentos Hoteleiros,
·
o conceito da Economia de Turismo considera que
este está está no mercado da Mobilidade e Hospitalidade da Economia, Sociedade
e Cultura em que vivemos.
Þ Um
Mínimo de Quantificação
Segundo a definição de Turismo utilizada pelo INE e Banco de
Portugal, o indicador mais relevante da importância da Economia do Turismo é
·
a receita de 8 mil milhões de euros, na Balança
de Transacções Correntes da Balança de Pagamentos.
Este é o valor que melhor mede o
“demand-side phenomen” da “the economic contribution” do Turismo Receptor.
·
o Alojamento Turístico Classificado gera
Proveitos Totais de 1.8 mil milhões de euros, dos quais 1.2 mil milhões são
Proveitos de Alojamento – estes números resultam da Procura de Residentes e Não
Residentes (8),
·
apenas um máximo de 37% dos 8 mil milhões de
euros da Balança de Pagamentos, resultam de Hóspedes Alojados no Alojamento
Turístico Classificado (9),
·
os restantes 63% são objecto de um misto de
apoio indirecto, ignorar e hostilizar,
·
é dada enfase a actividades que se reclamam de
importância qualitativa, mas que são de reduzida ou questionável valia
económica.
Os 8 mil milhões de euros são, de facto, “mais de 8”, por
não terem em conta outras Transferências de Recursos do Exterior
·
Investimento Directo por Não Residentes em casas
para a vivência do tempo livre e sua manutenção,
·
Financiamento das despesas da estadia dos
Imigrantes do Tempo Livre, em longas estadias ou imigração formal (10).
Não sabemos estimar o contributo adicional destas
Transferências, mas são importantes e têm potencial de crescimento, se as
valorizarmos.
c)Maio 2012: Tempo do
Governo Intervir na Economia do Turismo
Þ Quando
a Divergência Entre a Politica de Turismo Tradicional e a Economia do Turismo
Passa a Ser Inaceitável
A exemplo do que acontece desde há dezenas de anos, o
Programa do Governo mantém o essencial da tradicional Politica de Turismo. Esta
opção não resiste a quatro factos
·
o Viajar na Europa iniciou um novo Período
Histórico, marcado por menos rendimento disponível, menor propensão a viajar, instabilidade do tempo
livre, excesso de oferta e concorrência acrescida.
·
a dimensão financeira, económica e social da dramática
Crise que o País vive, exige politicas económicas inovadoras,
·
o esgotamento da Politica de Turismo Tradicional,
observável desde há anos, herdada de outros governos e que este não altera,
·
a capacidade da Economia do Turismo poder dar
nova dimensão às Transferências de Recursos do Exterior, indispensáveis ao
Crescimento do Produto e ao Desendividamento Externo,
O Governo parece não se ter dado conta do assincronismo
crescente entre dois movimentos:
·
o das exigências e consequências da
Transformação dos Mercados, da Crise do País e do potencial da Economia do
Turismo,
·
o da incapacidade intrínseca da Politica de
Turismo Tradicional facilitar a Economia do Turismo a responder ao movimento
anterior.
Em nossa opinião e sem falsa modéstia, é tempo do Governo intervir
na Economia do Turismo.
Þ Três
Perguntas ao Governo e a Decisão Política
Este assincronismo justifica três perguntas:
·
como pode o Governo fomentar a Competitividade
Externa de uma Economia do Turismo, que, na maior parte, escapa à Politica de
Turismo herdada do passado e que tem vindo a manter?
·
como pode o Governo dar a prioridade ao
crescimento das Transferências de Recurso do Exterior, se a Politica de Turismo
não está vocacionada para lidar com a Procura/Oferta da Economia do Turismo?
·
que medidas pode o Governo tomar para que a
Iniciativa Privada faça crescer os actuais “mais de 8” mil milhões de euros da
Balança de Pagamentos, a ritmo superior ao do passado recente, se ignora os
actores e os processos que podem concretizar o crescimento?
A resposta a estas perguntas depende de uma Decisão
Politica:
·
como acontece desde há cinquenta anos, o Governo
vai manter uma Politica de Turismo limitada à tradicional visão redutora de
Sector do Turismo?
·
ou vai o Governo romper com esta tradição e
fomentar toda a Economia do Turismo, em função da sua importância para a
Transferência de Recursos do Exterior?
Se a resposta for a continuidade, lá para 2016, haverá mais
um colóquio a ruminar lamúrias sobre o esquecimento a que é votado o “Sector do
Turismo”, quando este, em tempos idos, até foi considerado um Desígnio
Nacional.
Þ Inovadora
Intervenção Política
A Decisão Politica do Governo em romper com a tradição impõe
·
Politica de Turismo Tradicional que fomente a
Competitividade Externa da Economia do Turismo e o crescimento das
Transferências de Recursos do Exterior, no quadro de uma visão não economicista,
·
ultrapassar a
tradicional Visão Redutora de Turismo, Identificando, Quantificando e
Posicionando a Economia do Turismo,
·
Inovação na dinamização das Novas Dinâmicas da
Economia do Turismo.
A seguir, apresentamos uma síntese rudimentar do tripé em
que assenta a Intervenção Politica que esperamos do Governo.
Þ Pergunta
Incómoda e Incontornável
É mais do que tempo de fazer uma pergunta incómoda e incontornável:
·
a opção da Politica de Turismo Tradicional tem
ou não tem tido consequências gravosas para a Economia do País?
Uma das suas consequências mais perversas (no sentido de
quem decide visa obter resultado inverso do que acaba por provocar) é de uma
muito importante parte da Economia do Turismo ter-se formado
·
sem Regulação Pública adequada,
·
numa relação desqualificada com a Política e
Serviços de Turismo,
·
sem que a Politica do Ministério da Economia
fomente a criação de valor a partir de importantes investimentos de empresas e
de famílias.
Trata-se de uma responsabilidade política, que não pode continuar
filha de pai que a enjeita, na ocorrência o Ministério da Economia e do
Emprego.
d)
Prioridade à Economia e Visão Não Economicista
Þ Prioridade
à Economia …
A prioridade da Política de Turismo é facilitar a Competitividade
da Economia do Turismo.
No quadro desta prioridade, a prioridade das prioridades é a
Transferências de Recursos do Exterior, medida por quatro indicadores:
·
Receitas de Viagens e Turismo na Balança de
Pagamentos: não residentes de visita a Portugal, em estadias temporárias,
·
Investimento Directo por Não Residentes em casas
para a vivência do tempo livre,
·
Financiamento das despesas da estadia dos
Reformados do Tempo Livre, sejam eles Residentes Fiscais ou Imigrantes Formais,
·
Diminuição de despesas de Residentes em
Portugal, que estanciam ou compram casas do tempo livre no estrangeiro – é a
usual “substituição de importações”.
Para esta Prioridade ser real, tem de haver uma alteração cultural
e o fixar de objectivos concretos a atingir – sem isto, a eterna Lei do Menor
Esforço deixa tudo na mesma.
É a partir destas Transferências de Recursos do Exterior,
que a Economia do Turismo pode, de maneira sustentável, fazer crescer o
Rendimento per Capita dos Residentes no País e criar Emprego Sustentável.
Þ …
Numa Visão Não Economicista
O valor criado pela Economia do Turismo aumenta em função da
intervenção da Transversalidade do Turismo na valorização dos quatro elementos
da Oferta Pública de Turismo, em cada um dos Destinos Regionais:
·
Paisagem Natural e Cultural,
·
Condicionantes Ambientais e Valorização
Ambiental,
·
Integração Territorial e Implantação Espacial da
Oferta Privada,
·
Qualificação da «envolvente pública» dos
Estabelecimentos da Oferta Privada.
Mais concretamente, está em causa a contribuição desta
Oferta Publica para as Actividades e Experiências da Oferta Privada serem
diferenciadas e criarem valor adicional.
Þ Regressar
ao “Espírito de 1964” e Inverter as “Prioridades de 1985”
As Prioridades que propomos, recuperam o “Espírito de 1964”
e invertem as “Prioridades de 1985”:
·
o reconhecimento e integração da Economia do
Turismo na Politica Económica do País resulta da Politica de Turismo dar
prioridade à Competitividade Externa da Economia do Turismo e dar a Prioridade
das Prioridades às Transferências de Recursos do Exterior,
·
a maneira como estas receitas estão ligadas a
realidades económicas, sociais e culturais do País é importante, mas é a
segunda prioridade da Politica de Turismo, até porque esta não tem capacidade
de influenciar aquela ligação [ver Post futuro].
e)Identificar,
Quantificar e Posicionar a Economia do Turismo
Þ Que
Fazer?
Para não ser “esquecida” e “marginalizada” pela Politica
Económica e maximizar a Criação de Valor para o País, a Economia do Turismo
deve ser
·
Identificada, em debate alargado, apoiado por estudo
de Universidade de primeira linha, em função de caderno de encargos preciso e
num máximo de 45 páginas,
·
Quantificada, a nível macro, pelo Sistema Estatístico
Nacional, por via de um Painel de Indicadores, e outra informação credível.
Ultrapassadas estas duas fases e no quadro da Concertação
Estratégica que devem estabelecer, Politica de Turismo e Iniciativa Privada
fazem com que a Economia de Turismo seja Posicionada junto
·
do Sistema Político e Administrativo da
Transversalidade do Turismo,
·
de Parceiros de Negócio e da Opinião Pública
pertinente,
·
do Público em Geral.
Esta é a condição necessária para os
interesses da Economia do Turismo serem melhor reconhecidos
·
pela Política Económica e decisão da
Transversalidade do Turismo (do Fisco aos Transportes) que são fundamentais
para a sua Competitividade,
·
pela Opinião Pública que influencia este sistema
e o público em geral.
Þ Identificar
Damos ideia rudimentar da Identificação da Economia do
Turismo, com base nas normas oficiais sobre a elaboração de Estatísticas e
Conta Satélite do Turismo e na definição da sua “the economic contribution of
tourism industry”, avaliada como um “demand-side phenomenon” – sempre
conscientes de que é uma identificação incompleta.
O elemento determinante da Identificação da Economia do
Turismo é:
·
o comportamento do Visitante ou Residente em
Portugal, que financia as despesas de estadia/residência com Transferências de
Recursos do Exterior.
Ao utilizar o critério de Residente de um País, e não de
Nacional desse País, abrimos a via para considerar todo o potencial de negócio
gerado pela Diáspora Portuguesa, ultrapassando preconceitos e a ideia de lidarmos
com clientes cativos – a Diáspora integra a Procura da Economia do Turismo.
Ao considerar Estadias cuja duração vai de um dia ao “resto
da vida”, integramos na Economia do Turismo
·
o “visitante de um dia”, da mobilidade do homem
urbano de hoje, conceito mais largo do Excursionista, de um cruzeiro ou de
cidade raiana,
·
o Imigrante do Tempo Livre, Reformado Residente
Fiscal ou Residente Permanente, ultrapassando a restrição da estadia inferior a
um ano e considerando que, para todos os efeitos legais, se trata de um Turista.
A definição de Alojamento Turístico Privado integra na Economia
do Turismo as casas ligadas à Vivência do Tempo Livre
·
em Utilização Exclusiva pelo proprietário e
família,
·
de Investimento remunerado por exploração
turística e mais valia futura,
·
numa combinação de Utilização Exclusiva e Rendimento.
O Alojamento Turístico Colectivo integra todas as
modalidades do Alojamento Turístico Classificado, e outros estabelecimentos.
É explicitada a procura crescente por Visitas a Familiares e
Amigos, e o Alojamento em Casa de Familiares e Amigos. O que era uma realidade
tradicional assume dimensão e variedade novas, com a mobilidade da vida
moderna.
É reafirmada a importância do turismo interno: residentes em
Portugal, que viajam no interior do país, em lugares distintos do seu ambiente
habitual,
Esta identificação com base nas normas oficiais sobre a
elaboração de Estatísticas e Conta Satélite do Turismo, não compreende
realidades importantes da Economia do Turismo, como são
·
os empreendimentos que integram muito do
Alojamento Turístico Particular,
·
a Integração Territorial e Implantação Espacial
do Alojamento Turístico – no caso do Algarve, temos uma superfície de 5.000 km2
e apenas cerca de 150km2 de Espaço Urbano e Turístico,
·
abordar com rigor os dois tipos de Destinos
Turísticos Regionais: os da Concentração da Procura/Oferta, na área de
influência do aeroporto de chegada, e os da Dispersão da Procura/Oferta ligeira
e com acessibilidade rodoviária.
Para além destes três casos, há trabalho de casa a fazer, a
nível nacional e regional.
Þ Quantificar
Apenas consideramos a
quantificação “macro” e de serviço público, produzida pelo Sistema Estatístico
Nacional.
O Governo e Iniciativa Privada empenham-se para respeitar e fazer
respeitar dois princípios de base
·
o Sistema Estatístico Nacional tem o exclusivo da
definição de Indicadores Estatísticos e sua quantificação, da definição da
Conta Satélite do Turismo e sua elaboração.
·
a independência do Sistema Turístico Nacional é
respeitada, mas o SEN deve colaborar com o Turismo de Portugal e admitir que
utilizadores mais directos e qualificados possam validar os resultados
publicados.
Estes princípios têm consequências práticas:
·
nenhuma Instituição da administração Pública
procede à recolha de dados, elaboração e difusão de “estatísticas”,
·
o Turismo de Portugal apoia, técnica e
financeiramente, a actividade do SEN, para o País dispor de quantificação
exemplar da Economia do Turismo,
·
os meios humanos e matérias afectos à elaboração
de Estatísticas pelo Turismo de Portugal, são integrados no INE.
No âmbito destes princípios, propomos o debate sobre
·
a criação de um Painel Integrado de Indicadores,
Nacionais e Regionais, sobre a Economia do Turismo,
·
durante um período máximo de seis meses, o Grupo
de Trabalho de Estatísticas de Turismo agregar elementos suplementares e com as
qualificações necessárias para estruturar este Painel,
·
a valorização deste Painel passar ser objecto do
empenho do Governo, da Administração, da Iniciativa Privada e da Sociedade
Civil,
·
serem disponibilizados os meios humanos e
materiais necessários para elaborar e divulgar os Indicadores do Painel.
Pela sua importância e urgência, destacamos o Inquérito aos
Tráfego de Passageiros nos Aeroportos do País.
·
romper com a longa tradição da quantificação do
“Turismo” estar ligada à Propaganda Politica do Governo ou Promoção da Imagem
de Governantes,
·
desligar os Indicadores da Economia do Turismo
da Política – o Governo pode ser excelente e haver menos turistas no Algarve ou
na Madeira,
·
passar a ser de um rigor a toda a prova, de modo
a ganhar o respeito dos primeiros interessados (Governo, Administração e
Iniciativa Privada) e dos destinatários das mensagens a comunicar.
É preciso “isto” para que a Economia do Turismo passe a ser
algo de credível e respeitado, mesmo quando os resultados são menos bons.
e) Inovar ao Fomentar as Novas Dinâmicas da Economia do Turismo
Þ Iniciativa
do Governo e Hesitação da Iniciativa Privada
A iniciativa de Identificar e Quantificar a Economia do
Turismo tem de partir do Governo, porque é uma ruptura com a Politica de
Turismo Tradicional. Como não é exigência do “Memorando
de Entendimento”, tudo depende da capacidade nacional em inovar política
diferente.
De um modo geral, os interesses da
Iniciativa Privada estão acomodados em zonas de algum conforto:
·
os que promovem actividades no perímetro do
“Sector do Turismo” têm tendência a ser contra alterações que, no mínimo,
abrirão o jogo e trarão novos parceiros para um terreno que controlam,
·
os que estão fora ou nas franjas do referido
Perímetro, criaram zonas de conforto (na esfera autárquica e/ou na relação com
Administração e Governo), e a “integração” pela Politica de Turismo assusta-os,
por falta de benefício imediato e perigo
de acrescidas exigências burocráticas.
Perante esta realidade, o presente Post
situa-se no campo das Categorias Intelectuais e não no da Intervenção
Política ou no dos Interesses Empresariais.
Na Politica de Turismo, corremos o
risco do acessório mudar para o essencial ficar na mesma. Quem viver,
verá!
Þ Novas
Dinâmicas da Economia do Turismo
O Governo inova, ao facilitar e fomentar as Novas Dinâmicas
da Economia do Turismo. Com esta inovação, Portugal começa a
·
recuperar o atraso em cuidar de processos
económicos e sociais, já no terreno e com sucesso comprovado em
destinos turísticos do estrangeiro,
·
maximizar a receita de uma Procura
diversificada, sempre financiada por recursos transferidos do exterior.
Não ignoramos o contexto histórico e geográfico em que se
integram, mas apenas listamos as que nos parecem ser as Novas Dinâmicas da Economia
do Turismo em Portugal:
·
Diversidade e Nova Dimensão da Contribuição da
Diáspora Portuguesa,
·
Posicionamento europeu e intercontinental de
Lisboa e Porto, no novo Turismo Urbano e Cultural, com ramificações pelo País,
·
Capacidade de Lisboa se posicionar como Cidade
Competitiva para Localizar Negócios, levando a Meet Industry a patamar de desenvolvimento diferente e mais elevado,
·
Viagem de Estadia, com mais e mais
diversificadas actividades e experiências,
·
Integração de toda a Cadeia de Valor do Turismo
Residencial,
·
Portugal, País Competitivo na Atracção de
Imigrantes do Tempo Livre.
Estas Novas Dinâmicas assentam em valores transversais:
·
Integração da Oferta Privada com a Oferta
Pública, para qualificar e diferenciar a Oferta disponibilizada ao Visitante ou
Residente do Tempo Livre,
·
Ofertas Privada e Pública satisfazendo níveis
crescentes de sustentabilidade económica, social e ambiental.
A Bem da Nação
Albufeira 3 de Maio de 2012
Sérgio Palma Brito
Referências
(1)Jornal de Noticias,
21.04.2012
(2)Licínio Cunha, Princípios
Orientadores do Plano Nacional de Turismo, Discurso de Encerramento no XI
Congresso da APAVT, Alvor, Dezembro de 1985, in Licínio Cunha, Politica de
Turismo, Secretaria de Estado do Turismo, Lisboa, 1987, p. 31
(3) Presidência do Conselho,
Relatório Preparatório do Plano de Investimentos para 1965-1967, Relatório do
Grupo de Trabalho nº 13, Turismo, Lisboa, 1964
(4)A noção de “the economic
contribution of tourism industry” ajuda a Identificação da Economia do Turismo
(5)International Recommendations on Tourism Statistics, 2008, Department
of Economic and Social Affairs, Statistics, Division, United Nations e UNWTO,
New York 2008
(6)International Recommendations on Tourism Statistics, 2008, Department
of Economic and Social Affairs, Statistics, Division, United Nations e UNWTO,
New York 2010
(7) O artigo Marketing Myopia (Harvard Business Review, July/August, 1960)
“was intended as manifesto. It did not pretend to take a balanced position”; ver a
republicação e comentário, em Theodore Levitt, The Marketing Imagination,
Collier Macmillas, Publishers, London, 1986, p. 171
(8)INE – Estatísticas de
Turismo, 2010
(10) Estas Transferências
também são geradas por estadias fora do Alojamento Turístico Classificado
Þ Posicionar
A elaboração de Estatísticas de Turismo pelos Serviços de
Turismo, em “concorrência” ou desligado do INE, tem historial longo e nada
brilhante. No Documento de Apoio ilustramos este aspecto e a ele voltaremos,
por ser pedagógico e exemplo do que tem de deixar de acontecer.
Identificação, Quantificação e Posicionamento da Economia do
Turismo têm de:
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